O ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, criticou, nesta segunda-feira o comentário do decano do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, que, no fim de semana, afirmou a outros ministros da Corte em uma mensagem no WhatsApp que o País corre risco de sofrer o que ocorreu na Alemanha nazista.
“Comparar o nosso amado Brasil à “Alemanha de Hitler” nazista é algo, no mínimo, inoportuno e infeliz. A democracia brasileira não merece isso. Por favor, respeite o presidente [Jair] Bolsonaro e tenha mais amor à nossa pátria”, disse Ramos.
Celso de Mello, que deixa o cargo em novembro, quando completa a idade limite para a função de 75 anos, é o relator do inquérito que investiga as acusações de que Bolsonaro tentou intervir politicamente na Polícia Federal, de acordo com denúncia do ex-ministro da Justiça Sergio Moro.
Na mensagem, o ministro comenta que “guardadas as proporções, o ovo da serpente, à semelhança do que ocorreu na República de Weimar (1919-1933), parece estar prestes a eclodir no Brasil! É preciso resistir à destruição da ordem democrática, para evitar o que ocorreu na República de Weimar quando Hitler, após eleito pelo voto popular e posteriormente nomeado pelo presidente Paul von Hindenburg, em 30/01/1933 , como chanceler (primeiro ministro) da Alemanha (“Reinchskanzler”), não hesitou em romper e nulificar a progressista, democrática e inovadora constituição de Weimar, de 11/08/1919”.
Em outro trecho ele fala que a Intervenção militar, como pretendida pelos bolsonaristas, “nada mais significa, na novilíngua bolsonarista, senão a instauração, no Brasil, de uma desprezível e abjeta ditadura militar”.