Vereador André Carús é preso em operação em Porto Alegre

Polícia Civil investiga crimes contra administração pública e associação criminosa na Câmara Municipal

Foto: Guilherme Almeida/CP

O vereador André Carús (MDB) foi preso na manhã desta terça-feira em uma operação da Polícia Civil em Porto Alegre. A ofensiva, chamada de Argentários, foi deflagrada para combater crimes contra a administração pública e associação criminosa no âmbito da Câmara Municipal. Devem ser cumpridas hoje 13 ordens judiciais na Capital.

Carús faria parte de um esquema de empréstimos pedido de servidores públicos municipais lotados no gabinete dele. A investigação busca comprovar que esses funcionários estariam sendo obrigados a contrair empréstimos em instituição financeira para saldar dívidas pessoais contraídas pelo vereador.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do vereador relatou surpresa com a prisão. No primeiro momento, a assessoria só deverá se manifestar sobre o assunto quando estiver totalmente a par da investigação.

Em entrevista à Rádio Guaíba, o delegado Max Otto Ritter, que lidera a operação da Polícia Civil, relatou que outras duas pessoas foram presas. “Não vou entrar em detalhes, mas o que posso dizer é que não são servidores concursados, são pessoas que tem cargo em comissão e estão vinculadas aos departamentos em que fizemos busca e apreensão: Demhab e Dmae. Ainda precisamos verificar o caminho do dinheiro, se estas pessoas que contraíram os empréstimos de fato receberam a quantia”, explicou.

Trajetória política 

Carús concorreu pela primeira vez ao cargo de vereador em 2008 quando alcançou a suplência com 2.148 votos. Foi novamente suplente em 2012 e, entre 2013 e 2016, foi diretor-geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU). Já nas últimas eleições municipais, em 2016, foi eleito vereador com 6.882 votos, o segundo mais votado do MDB.

Pedido de exoneração em 2016 

Em novembro de 2016, quando então exercia o cargo de diretor do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), André Carús pediu exoneração um dia depois que o Ministério Público deflagrou uma operação Fosso de Tártato, que à época investigava crimes contra administração pública no órgão. Após a saída de Carús, quem assumiu o cargo até janeiro do ano seguinte foi o então diretor-adjunto Vercidino Albarello.

Na ocasião, Carús afirmou que a decisão pelo desligamento do cargo de diretor do DMLU foi tomada com a intenção de não “deixar pairarem quaisquer dúvidas com relação ao melhor andamento das investigações iniciadas pelo Ministério Público Estadual”.

A operação Fosso de Tártato, realizada em novembro de 2016 no DMLU, apurou a prática de estelionato, peculato, concussão, crimes licitatórios, corrupção, além de possível associação criminosa e lavagem de dinheiro. Além de Carús, ao menos outras quatro pessoas foram investigadas naquela oportunidade.

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