O grupo liderado por um homem conhecido como Sapo foi alvo da Operação Queda Livre, deflagrada nesta sexta-feira, em Porto Alegre, Canoas e Gramado Xavier. A ação ocorreu um dia após a transferência dele a um presídio federal. Cinco pessoas foram presas.
Os policiais cumpriram 32 ordens judiciais, entre mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão nas cidades de Porto Alegre, Canoas e Gramado Xavier.
Segundo os Delegados Gabriel Borges e Eric Dutra, a Operação Queda Livre se dá contra o líder de uma organização criminosa envolvido no homicídio de um detento na Penitenciária Estadual de Canoas.
Início da investigação:
No dia 23 de setembro de 2024, por volta das 21 horas, quatro homens que estavam num veículo Sandero, de cor prata, efetuaram a execução de um indivíduo no bairro Cascata, em Porto Alegre.
Os policiais civis identificaram os executores, mandante e líder da organização criminosa. Os trabalhos investigativos tiveram a participação fundamental da Brigada Militar e Polícia Penal. Foi possível constatar que os executores efetuaram dezenas de disparos de arma de fogo em direção à vítima, que veio a óbito instantaneamente sem nenhuma possibilidade de defesa.
Logo após o fato, equipes da Volante do DHPP, 1ª DPHPP, Polícia Penal e 19º BPM passaram a diligenciar na tentativa de localizar os autores do crime. Duas horas após a execução, foi localizado o imóvel utilizado como base logística para execução do crime.
No local, foram apreendidas quatro pistolas utilizadas na execução, calibre 9mm e com numeração suprimida, além do veículo utilizado, o qual estava colocado e havia sido roubado dias antes no centro de Porto Alegre.
Ainda, no final da noite, as equipes prenderam em flagrante o motorista do veículo, o qual estava escondido no bairro Lomba do Pinheiro. O homem teve a prisão preventiva decretada e possui vasta ficha criminal com delitos de homicídio e roubos.
Prosseguimento das investigações:
Com o avançar das diligências investigatórias, foi constatado que o grupo, pertencente a uma organização criminosa que surgiu na zona leste de Porto Alegre, planejou o atentado para executar o irmão de um líder do narcotráfico na região de domínio de outra organização criminosa.
Com a análises de provas e com auxílio técnico do Instituto-Geral de Perícias, foi possível a produção de provas técnicas que indicaram todo o planejamento, a dinâmica do crime e a identificação criminal dos suspeitos.
Os autores e partícipes se reuniram previamente para planejar a execução, momento em que fizeram contato por vídeo chamada com uma liderança do grupo, a qual está inserida no sistema prisional e recentemente esteve envolvida com um crime grave, executando em uma casa prisional uma liderança rival.
Esse indivíduo determinou a prática do atentado e forneceu o auxílio logístico para a execução do crime, como imóvel, veículo e armamentos. A partir da execução, os indivíduos retornam a essa base logística, a qual possuía aparência de imóvel residencial, inclusive com uma família com duas crianças residindo, fazem contato com o líder e comemoram a execução.
A investigação identificou a função de cada membro da organização criminosa no delito e foi representado ao Poder Judiciário pela expedição das ordens judiciais.
Cumprimento das ordens judiciais:
Na data de hoje, ocorrem o cumprimento de 13 mandados de prisão preventiva e de 19 mandados de busca e apreensão em Porto Alegre, Canoas e Gramado Xavier.
A investigação identificou toda a estrutura da ação criminosa, alcançando como alvo das ações judiciais líderes, executores, partícipes, pessoas que colaboraram de forma logística e operacional para a consumação do crime.
Conforme o Diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, Delegado Mario Souza, devido ao homicídio ocorrido no presídio em Canoas dia 23/11 o Protocolo das 7 Medidas de Enfrentamento aos Homicídios foi acionado: “Essa é uma das medidas, a realização de operações especiais, por causa da morte ocorrida no presídio em Canoas. A energia das polícias se concentra nos responsáveis pelo crime e demais envolvidos da organização criminosa. Outras medidas estão e serão tomadas até que todos sejam responsabilizados”, disse o Diretor Mario Souza.