Governo anuncia indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central

Antes de ser oficializado, Galípolo terá de passar por sabatina no Senado que ainda não tem data definida

Galípolo vem atuando na direção de Política Monetária do BC, onde ocupa o cargo de número 2 do Ministério da Fazenda. | Foto: Pedro França/Agência Senado

governo federal anunciou nesta quarta-feira (28) a indicação do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, para a para a sucessão de Roberto Campos Neto na presidência da instituição.

Galípolo vem atuando na direção de Política Monetária do BC, onde ocupa o cargo de número 2 do Ministério da Fazenda. Ele trabalhou no Centro Brasileiro de Relações Internacionais, na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e no Banco Fator. Também já chefiou as secretarias de Economia e de Transportes no governo estadual de São Paulo.

“A indicação ainda depende da aprovação do Senado. Então, por respeito vou ser breve, mas dizer que na mesma magnitude, é uma honra, um prazer e uma responsabilidade imensa ser indicado à presidência do Banco Central pelo ministro Fernando Haddad e pelo presidente Luiz Inacio Lula da Silva,” disse Galípolo em comunicado à imprensa.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad afirmou que a partir de agora o governo vai avaliar os três nomes que vão para a diretoria até o fim do ano. “Oportunamente devemos tomar decisão junto ao presidente [Lula] de indicar os outros três diretores. Sabatina é atribuição do Senado, o presidente chegou a discutir com Pacheco [presidente do Senado], isso cabe ao Senado marcar e decidir. A casa tem seu ritmo, afazeres vai julgar o melhor momento da sabatina.

A avaliação dos nomes apresentados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva é feita pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos). Além do comandante da instituição, o presidente precisa apontar dois diretores para assumir as áreas de regulamentação e administração do banco. Os mandatos dos atuais ocupantes dos cargos.

Na última quinta-feira (22) ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as sabatinas dos indicados ao Banco Central podem ser feitas pelo Senado durante o “recesso branco”. O mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, termina em 31 de dezembro deste ano. Lula critica com frequência a atuação de Campos Neto na condução do banco.

Críticas de Lula a Campos Neto

presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem fazendo críticas ao atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pela manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em dois dígitos. Atualmente, o índice está em 10,50% ao ano. De acordo com Lula, o chefe do BC não demonstra “autonomia”, tem “lado político” e trabalha para “prejudicar” o país.

Em junho, Lula classificou a posição do Banco Central em relação à Selic como “desajustada”. “Nós só temos uma coisa desajustada no Brasil nesse instante: o comportamento do Banco Central. Essa é uma coisa desajustada. Um presidente que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político e, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar o país. Não tem explicação a taxa de juros do jeito que está”, afirmou Lula.