O terceiro hospital de campanha instalado pelo governo federal, em São Leopoldo, deverá iniciar suas atividades ainda neste final de semana. A quarta unidade será em Novo Hamburgo e deverá ser instalada até o final da próxima semana. As informações foram divulgadas pelo secretário atenção especializada do Ministério da Saúde, André Massuda, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira.
Atualmente, dois hospitais de campanha realizam atendimentos no Estado. O primeiro, em Canoas, já realizou 2.503 atendimentos desde o início do seu funcionamento no início de maio. A cidade, que foi uma das principais atingidas pelas cheias na Região Metropolitana, teve boa parte das unidades de saúde atingidas pelas enchentes. O segundo hospital, instalado em Porto Alegre, entrou em atividade poucos dias depois e soma uma em média 200 atendimentos por dia.
Além das novas unidades, foi anunciado cerca de R$ 30 milhões de investimento para o procedimento de atividades de média e baixa complexidade no Estado. Além de Porto Alegre, serão contempladas as cidades de Parobé, Estrela, Caxias do Sul, Rio Grande, Santana do Livramento, Igrejinha, Venâncio Aires e Torres.
Também na Capital, serão abertas 890 vagas emergenciais e temporários para o Hospital Conceição. As vagas, segundo o secretário, irão permitir a abertura de 105 leitos clínicos e 10 leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) pediátrica.
Doenças respiratórias são prioridade
Apesar dos temores, o secretário informou que não há um aumento anormal dos casos de leptospirose no Estado. A doença, que tem riscos de letalidade, é contraída por meio da exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos) infectados com a bactéria Leptospira; e ganhou atenção em função das cheias em cidades com grande área urbana.
Os casos, que vem sendo monitorados pela equipe do Ministério da Saúde, felizmente não atingiram números preocupantes, voltando a atenção dos profissionais para as doenças respiratórias, que tem apresentado, muito em função da época do ano, um aumento considerável. A incidência de doenças infecciosas e gastrointestinais também tem sido elevada em função das enchentes.
Outro ponto que terá atenção especial do ministério é a saúde mental. A Força Nacional do SUS tem profissionais em atuação especializados no assunto para atuar na orientação e tratamento da população e dos próprios médios após situações de desastre, garantiu o secretário.
Massuda está no Estado representando a ministra da Saúde, Nísia Trindade, que deverá vir ao RS ainda na próxima semana. Também participaram da coletiva ministro extraordinário de Reconstrução, Paulo Pimenta; e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.