Quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referente ao mês de agosto, na manhã desta terça-feira, 12, estará alinhando os elementos necessários para auxiliar o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, na decisão que tomará nos dias 19 e 20 de setembro. No encontro poderá ficar definida a redução esperada para a taxa básica de juros (taxa Selic) dos atuais 13,25%.
Os especialistas esperam uma alta mensal que varia entre 0,26% e 0,29%, acelerando contra os 0,12% registrada em julho, impulsionado pelo setor de veículos, com o fim do programa de descontos do governo, e pelos preços da gasolina. Se confirmada, a taxa anual, subiria para um máximo de 4,7%.
A leitura de agosto deve começar a refletir o último aumento no preço dos combustíveis, observa o UBS BB em relatório. A expectativa dos analistas é que a gasolina apresente alta de 1,5% no comparativo mensal. Já os alimentos devem oferecer contribuição de queda ao IPCA, principalmente por causa dos “in natura”, que podem recuar 3,2% em agosto, segundo o UBS.
A medida de núcleo, um dos principais indicadores dos preços mais cíclicos e sensíveis à política monetária, por exemplo, deve desacelerar 4,6% em julho para 3,9% em agosto, na média móvel de três meses, o menor nível desde setembro de 2020. Para os analistas, essa leitura da inflação provavelmente trará mais sinais positivos do que negativos quanto ao processo de desinflação, sendo esperado que os serviços e as medidas de núcleo desacelerem novamente e a alimentação no domicílio apresente uma deflação acentuada.