A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro declarou nesta sexta-feira que ele “jamais se apropriou ou desviou” bens públicos, e que vai colocar o sigilo bancário à disposição da Justiça.
Pouco antes da divulgação da nota, veículos da imprensa informaram que a Polícia Federal (PF) vai pedir à Justiça a quebra de sigilo bancário e telefônico do ex-presidente.
A manifestação da defesa ocorre cerca de 12 horas após a deflagração da Operação Lucas 12:2, que apura o suposto funcionamento de uma organização criminosa para desviar e vender presentes de autoridades estrangeiras durante o governo Bolsonaro.
Os advogados Paulo Amador Bueno e Daniel Tesser afirmaram que o ex-presidente já havia solicitado ao Tribunal de Contas da União (TCU) o depósito dos presentes recebidos.
“Sobre os fatos ventilados na data de hoje nos veículos de imprensa nacional, a defesa do [ex] presidente Jair Bolsonaro, voluntariamente e sem que houvesse sido instada, peticionou junto ao TCU, em meados de março, requerendo o depósito dos itens naquela Corte até final decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito. O [ex] presidente Bolsonaro reitera que jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos, colocando à disposição do Poder Judiciário sua movimentação bancária.”, declarou a defesa.
Entre as provas obtidas na investigação, está um áudio obtido pela Polícia Federal (PF), que revelou uma conversa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, na qual houve a citação do valor de US$ 25 mil “possivelmente pertencentes” ao ex-presidente.
Conforme regras do TCU, os presentes de governos estrangeiros devem ser catalogados e incorporados ao Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH), setor da Presidência da República responsável pela guarda dos presentes, que não podem ficar no acervo pessoal do chefe de governo.