Estado teve, em julho, menores cifras de homicídio e roubo de veículos desde 2010

Eduardo Leite mencionou que por conta de dificuldades financeiras, Estado não consegue, neste momento, reajustar salários de servidores da área, que protestaram nesta semana

Foto: Arthur Stoffel/Rádio Guaíba

O Rio Grande do Sul registrou, em julho, os menores índices de homicídio e roubo de veículos desde 2010, quando teve início a série histórica de indicadores mensais de criminalidade. Foram contabilizados, no mês passado, 95 crimes intencionais contra a vida (excluídos os latrocínios), com 258 veículos levados mediante violência. Apenas o índice de roubos a transporte coletivo apresentou alta – de quase 60% – em comparação com o mesmo mês no ano anterior, subindo de 36 para 57. A Brigada Militar monitora os crimes, especialmente, em duas cidades: Porto Alegre e Rio Grande. Os dados foram apresentados, nesta quinta-feira, em reunião da Gestão Estatística da Segurança Pública, na sede da Fecomércio, em Porto Alegre.

O governador Eduardo Leite mencionou a transparência na divulgação dos números independentemente de serem positivos ou não. Ele também avaliou que as ações vêm apresentando um caminho seguro.

“Temos observado, dentro desse processo de integração, de um esforço coordenado entre todas as instituições de segurança pública, uma capacidade de resposta, um caminho seguro em que estamos observando resultados concretos”, declarou.

Questionado sobre a paralisação de parte dos policiais civis, reivindicando melhores condições de trabalho, e que acabou barrada judicialmente nesta semana, Leite disse que as conquistas nos indicadores são “de todos’ e que, por conta de dificuldades financeiras, o Estado não consegue reajustar os valores neste momento. A direção da Ugeirm Sindicato reclamou de falta de valorização da categoria, mesmo em meio à melhora dos indicadores.

“Tenho enorme estima pelos nossos servidores, respeito pelos nossos servidores da segurança pública. Esses dados, essas conquistas são de todos. Não é do governador, do secretário, é de toda a equipe da segurança. A gente busca prover os meios, dar as condições estabelecidas, estratégias, mas a operação se dá na ponta, com cada um dos nossos servidores em cada uma das nossas vinculadas. É conhecido por todos que o estado teve enormes dificuldades fiscais ao longo dos anos mais recentes. Ficou por quase 5 anos sem pagar o salário dos seus servidores na data correta“, recordou.

Secretário vê ligação direta entre homicídios e facções

Sobre os casos de homicídio, as autoridades reforçaram a ligação direta desses crimes com a atuação de facções. De cada 10 crimes, oito decorrem do envolvimento de pessoas com o tráfico de drogas ou com o crime organizado, conforme o secretário estadual da Segurança Pública, Sandro Caron. De acordo com ele, o dado é semelhante em todo o país.

Caron ressalta que a maior redução ocorreu em Porto Alegre. Ele também afirmou que aproximadamente 50% dos homicídios se deu em municípios onde atua o programa do governo RS Seguro, sobretudo na região Metropolitana.