Mudança de governo interrompe negociações envolvendo prédio do INSS em Porto Alegre

Imóvel localizado entre a Travessa Mário Cinco Paus e a avenida Mauá abrigou sede do Instituto

De acordo com o diretor Daniel Emmanuel do SindisprevRS, a última proposta do governo, apresentada na última semana, é muito ruim para categoria. Foto: Guilherme Almeida/CP

Após ganharem fôlego durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, as tratativas para a redestinação do prédio que já abrigou o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no Centro Histórico, voltaram à estaca zero. Com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, o prefeito Sebastião Melo confirmou que a decisão sobre o futuro do imóvel, localizado entre a Travessa Mário Cinco Paus e a avenida Mauá, próximo à sede da prefeitura, compete ao governo federal.

Em fevereiro do ano passado, após reunião realizada no Paço Municipal, a prefeitura havia confirmado a destinação do imóvel do INSS ao programa de revitalização do Centro Histórico. Ao avaliar a situação atual do prédio, Melo disse haver uma disputa entre a Superintendência do Patrimônio da União (SPU) e o INSS. Melo ressaltou que existiam conversas para a revitalização do imóvel a partir da iniciativa privada.

“A gente queria, na verdade, aproximar o empresariado. Na época, a gente estava tratando disso, para ver se colocavam em leilão, e o valor que estavam colocando era muito alto também, mas estava adiantado e mudou o governo e aí voltou à estaca zero”, pontuou. Melo criticou a “burocracia que mata” o Brasil. “Havia um investidor querendo comprar aquele prédio. Nunca foi a prefeitura a comprar o prédio, porque comprar o prédio só vai trocar o problema, vai sair do poder público federal para o municipal e não vai acontecer nada”, completou.

De acordo com Melo, a prefeitura vai aguardar os movimentos do governo federal, que já sinalizou para o aproveitamento de imóveis como unidades habitacionais em grandes cidades. “Não é só um problema de Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, tudo é igual. Talvez com o programa Minha Casa, Minha Vida, tem se falado em retrofit, que seria aproveitar esses prédios em qualquer lugar da cidade para moradia. Essa é uma decisão que compete ao governo federal. Da nossa parte continuamos com o mesmo desejo de revitalizar o Centro, seja para moradia, seja para negócio. Dar vida ao centro passa por ter gente morando, trabalhando, vivendo e curtindo o Centro”, concluiu.