Planalto confirma participação de Lula na Cúpula Celac-União Europeia

Evento ocorre ainda em julho, em Bruxelas

Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone, na tarde desta quarta-feira, com o presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez, e aceitou o convite para participar da cerimônia de abertura da Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia, que ocorre ainda neste mês, em Bruxelas, na Bélgica.

Até então, a participação do presidente brasileiro era descartada, com o vice, Geraldo Alckmin, escalado para representar o país no encontro entre os dias 17 e 18 de julho. A cúpula não ocorre desde 2015, informou o governo brasileiro.

Ainda segundo o Planalto, Pedro Sánchez convidou o presidente Lula para a abertura do Fórum Empresarial da Cúpula, ao lado dele e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. No fórum, devem ser anunciados novos investimentos europeus na América Latina. A Espanha assumiu recentemente a presidência do Conselho da União Europeia.

A participação de Lula na Cúpula Celac-União Europeia ocorre no contexto em que o governo brasileiro busca modificar algumas exigências feitas pelo bloco europeu para aprovar o Acordo de Livre Comércio com o Mercado Comum do Sul (Mercosul), formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

Nesta terça-feira, durante a 62ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, em Puerto Iguazú, na Argentina, Lula reafirmou que está comprometido com a conclusão do acordo de livre comércio. Ele ponderou, contudo, que o instrumento adicional apresentado pela União Europeia, em março deste ano, “é inaceitável”, e que o tratado precisa ser equilibrado e assegurar o espaço necessário para adoção de políticas públicas “em prol da integração produtiva e da reindustrialização”. Os aditivos enviados pela UE a serem acrescentados no acordo preveem a aplicação de multas em caso de descumprimento de obrigações ambientais – o que, para Lula, representa quebra de confiança mútua.