A Defesa Civil Municipal, em Porto Alegre, e a MetSul Meteorogia alertaram, em comunicados nesta quinta-feira, para a circulação de informações falsas, em redes sociais, sobre a suposta aproximação de um novo ciclone extratropical junto à costa gaúcha.
“Nenhum modelo climatológico indica esta possibilidade. O que temos, no momento, é a previsão de pancadas de chuva isoladas, com um acumulado de 30mm até a segunda-feira, 26. Mas não há qualquer indicativo de ciclone”, esclarece o coordenador da Defesa Civil, Evaldo Rodrigues de Oliveira Júnior.
A órgão municipal também explica que, na terça-feira, emitiu um alerta sobre a condição geológica das áreas de risco da capital, uma vez que o solo segue encharcado em razão da chuva excessiva da semana passada. Também orienta que a população “desconfie de posts com prognósticos climáticos que não foram divulgados formalmente pelas entidades competentes” e não compartilhe esse material.
A MetSul também reforça, no site da empresa, que não há previsão indicando um novo ciclone extratropical atingindo o Rio Grande do Sul nesta sexta. De acordo com a nota, um usuário da rede social TikTok publicou a informação, “mentirosa” e sem “qualquer fundamento”.
De acordo com a MetSul, no vídeo, um usuário da plataforma, “sem qualquer qualificação ou conhecimento técnicos para elaborar uma previsão do tempo”, exibe imagens de uma aplicativo de Meteorologia da internet que confunde um padrão de circulação de ventos com um ciclone. A empresa explica que o mapa retrata, na verdade, uma área de baixa pressão que provocou chuva nas últimas horas e já seguiu para o oceano, em processo de
afastamento do continente.
Embora haja previsão de áreas de instabilidade se formando sobre o Noroeste e o Norte gaúchos, além de Santa Catarina, nesta sexta, com chuva moderada a localmente forte, “os volumes em nada se compararão ao da última semana no Nordeste gaúcho”.
A meteorologista da MetSul Estael Sias recorda a importância de o público consumir informações meteorológicas exclusivamente em canais ou sites acreditados profissionalmente, sejam eles institutos privados ou órgãos públicos que possuem meteorologistas com responsabilidade técnica junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), órgão de classe e fiscalização da categoria.
Estael salienta, ainda, que meteorologistas não fazem previsão usando aplicativos de internet e que qualquer aviso de mau tempo ou fenômeno severo depende da análise de uma série de dados, o que exige conhecimento técnico.