O Índice de Confiança do Empresário Industrial gaúcho (ICEI-RS), divulgado nesta quarta-feira, 24, pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), atingiu 46,2 pontos em maio, 0,2 ponto a menos do que em abril. O resultado mantém a oscilação que ocorre em torno deste patamar desde o início do ano. Além disso, desde novembro de 2022 permanece abaixo de 50 pontos, mostrando ausência de confiança.
“Sem mudanças no cenário econômico nacional, não faltam motivos para a falta de confiança: estagnação da atividade industrial, demanda fraca, incerteza, juros elevados, crédito difícil e acúmulo de estoques”, afirma o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.
O nível baixo do ICEI-RS no início de 2023 é similar a outros períodos de crises: julho de 2005 (44,5 pontos), devido à estiagem histórica; e janeiro de 2009 (45,5 pontos), por conta da crise financeira global de 2008. Desde o início da série histórica, em 2005, a confiança industrial gaúcha só foi menor que a atual nos períodos de junho de 2014 a junho 2016, média de 40,3 pontos – maior e mais longa recessão econômica já registrada –, e de abril a junho de 2020, média de 35,6 pontos, na primeira onda da Covid-19.
As condições atuais e expectativas futuras para a economia brasileira e para a própria empresa também mostraram ligeiras variações na passagem de abril para maio, segundo a avaliação dos industriais que responderam o levantamento do ICEI-RS. O Índice de Condições Atuais passou de 40,2, em abril, para 40 pontos, em maio. No menor valor desde julho de 2020 e bem abaixo de 50 pontos, revela forte percepção de piora das condições dos negócios em maio.
A avaliação negativa é mais intensa no Índice de Condições Atuais da Economia Brasileira, que continua em patamar muito baixo: 34,4 pontos em maio (foi 34,3 em abril). Quase seis em cada dez empresas (59,5%) percebem piora nas condições da economia brasileira e somente 5,3%, melhora. Da mesma forma, o Índice de Condições Atuais da Empresa recuou de 43,1 para 42,8 pontos no período.
PERSPECTIVAS
O Índice de Expectativas para os próximos seis meses também caiu 0,2 ponto, de 49,5 em abril para 49,3, na pesquisa realizada entre 3 e 13 de maio com 189 empresas – sendo 47 pequenas, 61 médias e 81 grandes. Abaixo de 50 pontos, indica pessimismo, afetado pela perspectiva negativa com relação à economia brasileira, cujo índice passou de 41 para 41,8 pontos. Em maio, 41,6% dos empresários mostram pessimismo com o futuro da economia e apenas 12,6%, otimismo.
O Índice de Expectativas da Própria em Empresa, por fim, recuou de 53,9 para 53,1 pontos e permanece como o único componente da confiança que supera os 50. Como um indicador antecedente, os resultados do ICEI-RS são compatíveis com um baixo dinamismo da atividade industrial gaúcha nos próximos meses, cenário pouco favorável à geração de emprego e à realização de investimentos.