O deputado cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) afirmou, nesta quarta-feira, que perdeu o mandato por “vingança” e por ter “combatido a corrupção”. Para Dallagnol, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) “inventaram uma inelegibilidade” para cassar o mandato na Câmara dos Deputados. “O sistema e os corruptos estão em festa”, afirmou.
Para o ex-procurador, a cassação veio como retaliação por ter atuado na Lava Jato. “A Lava Jato era esperança. O que vimos com o passar do tempo foi o sistema se vingando, com a anulação das condenações. Fui cassado por vingança. Lula está em festa”, disse.
Na decisão que cassou o ex-procurador da Operação Lava Jato, o plenário do TSE entendeu que Dallagnol pediu exoneração do cargo de procurador do Ministério Público para fugir de um julgamento, no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), no qual corria risco de ter a candidatura barrada. Assim, os ministros consideraram, de forma unânime, que o ex-procurador da Lava Jato “frustrou a aplicação da lei”.
Sobre esse tema, Deltan se defendeu dizendo que não existia processo administrativo disciplinar contra ele. “Fizeram suposições”, enfatizou. “É assim que as ditaduras começam, como na Venezuela. É esse o risco que vivemos hoje.”
“Me punir é punir alguém por condenação que não existe. E me tiraram a presunção da inocência. Transformaram em presunção de culpa. O TSE fraudou a lei e a constituição”, disse Dallagnol.
Desde a decisão, Deltan se isolou no gabinete 739, que ocupa no anexo 4 da Câmara dos Deputados. O ex-deputado montou uma equipe de gestão de crise e os trabalhos entraram pela madrugada. Antes da coletiva, ele voltou à sala, que deve ser desocupada ainda nesta quarta-feira.