Autoridades, familiares e amigos se despedem do ministro do STJ Paulo de Tarso Vieira Sanseverino

Velório acontece em Porto Alegre e segue até a tarde desta segunda-feira

Foto: Ricardo Giusti/CP

O velório do corpo do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Paulo de Tarso Vieira Sanseverino começou, na manhã deste domingo, na capela histórica do Cemitério São José, no Crematório Metropolitano de Porto Alegre, no bairro Azenha. Familiares e amigos se reuniram para dar o último adeus ao magistrado, assim como autoridades que passaram pelo local.

“O principal a destacar do meu pai foi a generosidade autêntica e genuína dele. Uma humildade no trato com todos”, disse o filho Gustavo, que ressaltou as amizades que o ministro criou durante a vida.

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, esteve na capela para se despedir do colega. Ela chegou emocionada e, ao sair, salientou a memória que guarda de Sanseverino. “Um homem espetacular, querido de todos, admirado por todos. Realmente uma pessoa absolutamente diferenciada. A gente fica com uma enorme tristeza”, disse.

O ex-ministro do STJ Jorge Mussi, que deixou a Corte no fim do ano passado, chegou cedo para as despedidas, nessa manhã. “O Judiciário brasileiro está menor. O Sanseverino foi um grande agregador, formador da jurisprudência. Um profissional que representou as mais caras tradições do Judiciário brasileiro”, afirmou.

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS), desembargador Francisco José Moesch, destacou as qualidades de Sanseverino. “Um grande homem. Ético, exemplar, simples e modesto, que é a característica dos sábios”, avaliou.

Legado
O desembargador catarinense Francisco Xavier Medeiros Vieira, tio de Sanseverino, disse que ele honrou o legado da família na atuação jurídica. O magistrado ressaltou também o ser humano que Sanseverino era. “Ele deixou uma lacuna impreenchivel. Porque ele era, antes de tudo, um ser íntegro. Não mudava nunca seu jeito de ser, seu otimismo”, relembrou.

O juiz Orlando Faccini Neto classificou a perda de Sanseverino como “enorme”. Conforme ele, o ministro era o jurista de maior projeção do Rio Grande do Sul. O magistrado ainda ressaltou a trajetória acadêmica de Sanseverino. “Tudo isso reunido numa pessoa de bem, um sujeito afável, educado e sempre disposto a ajudar os outros”, declarou.

O velório prossegue ao longo do dia e, na segunda-feira, vai ser retomado a partir das 7h30min, no auditório do Crematório Metropolitano. A cerimônia de despedida está prevista para as 15h. O ministro morreu na tarde de sábado, aos 63 anos, no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Ele teve de ser internado em decorrência de um câncer em estágio avançado.

Trajetória
Paulo de Tarso Vieira Sanseverino teve uma carreira de quase quatro décadas dedicada à Justiça, mas esteve afastado nos últimos meses para cuidar da saúde. Graduado pela Pucrs, era mestre e doutor na área Cível pela Ufrgs. Desde 2010 compunha o STJ, onde era membro da 2ª Seção e da 3ª Turma. Juiz substituto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), atuou como juiz de propaganda eleitoral nas últimas eleições. O ministro deixa a esposa, Maria do Carmo Stenzel Sanseverino, e os filhos Luíza e Gustavo.

*Com informações da repórter Kyane Sutelo/Correio do Povo