Uma nova droga sintética alucinógena, a ALD-52, cuja estrutura química é similar à do LSD, teve a primeira apreensão no Rio Grande do Sul confirmada, neste domingo, pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) e pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Ao ser consumida, a droga é metabolizada pelo fígado, sendo biotransformada em LSD e passando a atuar da mesma forma. O laudo, concluído no fim de janeiro, só teve o resultado divulgado agora.
Em forma de selo de papel, o entorpecente havia sido apreendido em junho do ano passado, no município de Santiago. Duas amostras foram encaminhadas à Seção de Drogas Apreendidas do Departamento de Perícias Laboratoriais (DPL) do IGP, que identificou se tratar de uma Nova Substância Psicoativa. Uma parceria permitiu determinar a composição da molécula em laboratórios da universidade federal.
Amostras de ALD-52 já haviam sido identificadas em São Paulo. Como a droga precisa ser metabolizada pelo fígado, o efeito no organismo pode demorar a acontecer. Isso pode levar o usuário a consumir uma nova dose em busca de ação mais rápida, aumentando a exposição. O efeito é prolongado, ou seja, o indivíduo fica horas sob efeito do entorpecente. O risco aumenta se for associado a outras drogas, como o álcool, por exemplo.
Para a chefe da Divisão de Química Forense do IGP, perita Lara Soccol Gris, a descoberta do ALD-52 no Rio Grande do Sul é mais um indício da busca dos laboratórios clandestinos de química sintética para fugir do controle regulatório dos órgãos internacionais, burlando os testes e exigindo novas metodologias de detecção.