Seis acusados de matar e esconder o cadáver de Paola Avaly Corrêa, em 2018, vão a julgamento nesta terça-feira e na próxima quinta-feira na 4ª Vara do Júri da Comarca de Porto Alegre, especializada em feminicídios. A execução da vítima, de 18 anos, foi filmada e o vídeo divulgado em aplicativo de mensagens e em redes sociais.
Os júris serão presididos pela Juíza de Direito Cristiane Busatto Zardo, sempre a partir das 9h30min, no salão do júri localizado no 6º andar do Foro Central I. Todos os réus, de 24, 25, 27, 28, 39 e 40 anos de idade, responderão em plenário por homicídio qualificado (motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio), e ocultação de cadáver.
Além dos acusados, nos dois júris são esperados os depoimentos de quatro testemunhas indicadas pela acusação. O julgamento começa com os eventuais depoimentos de vítimas e testemunhas, seguidos dos interrogatórios dos acusados. A seguir, na fase de debates, acusação e defesa, nessa ordem, têm uma hora e meia cada para apresentar argumentos e teses aos jurados. Caso desejem, contarão com mais uma hora para réplica e tréplica. Os tempos são ampliados quando existe mais de um réu. A sessão é encerrada com o encaminhamento dos jurados à sala secreta para decidir, e posterior leitura da sentença pelo magistrado.
Conforme a denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), a vítima foi raptada no dia 13 de maio de 2018, sendo amarrada jogada em uma cova dentro de um matagal. Em seguida, ela foi executada com vários tiros de arma de fogo. O corpo foi deixado no local e localizado quatro dias depois na vila Esmeralda (antiga vila Tamanca), no bairro Lomba do Pinheiro.
A sentença de pronúncia, aquela determinando que os réus devam responder perante o Tribunal do Júri, é de 30 de novembro de 2020, assinada pela mesma magistrada. Entre os seis réus, sendo cinco homens e uma mulher, estão o mandante do crime, o autor do rapto e o executor. A pena prevista para o crime de homicídio qualificado é de reclusão de 12 a 30 anos. Por sua vez, a ocultação de cadáver tem previsão de pena de reclusão, de um a três anos, além de multa.
Já o envolvimento nos fatos de um adolescente foi processado e condenado a cumprir medida socioeducativa de internação, sem possibilidade de atividades externas, em agosto de 2018.