Dragagem e recolhimento do lixo no rio Gravataí, em Cachoeirinha, devem levar de 20 a 30 dias

Flutuante e lancha que ajudarão nos trabalhos devem estar posicionados no trecho afetado ainda hoje

Foto: Ricardo Giusti/Correio do Povo

Ainda não iniciaram os trabalhos de dragagem de um trecho do rio Gravataí, em Cachoeirinha, onde uma montanha de lixo se acumulou em uma área próxima do final da avenida Dr. Nilo Peçanha, no bairro Vila Jardim América, e a previsão de início depende da empresa contratada para o serviço pela Prefeitura, a FDM Engenharia, de Porto Alegre. O temporal da última terça-feira causou o deslocamento de plantas aquáticas, chamadas macrófitas, por cerca de 200 metros no leito do rio, arrastando consigo os resíduos, que se juntaram aos vegetais.

Depois de iniciados, os trabalhos devem ser concluídos de 20 a 30 dias. A barcaça que cava o fundo e retira os lixos, chegou na tarde de quarta-feira na região, enviada pela da empresa. De acordo com o prefeito Cristian Wasem, a FDM está encaminhando uma balsa e uma lancha, para reforçar os trabalhos e servir como barreiras de contenção, evitando que novos detritos ingressem no trecho afetado, porém ambas estarão posicionadas somente entre o final da tarde e início da noite de hoje, também segundo a Prefeitura. A balsa, ou flutuante, será usada por si própria, e a lancha instalará uma rede na divisa de Cachoeirinha e Porto Alegre.

Os trabalhos como um todo iniciaram ontem, com a análise dos trechos onde serão instalados os equipamentos. Caso o lixo se desloque, a promessa é de que ele fique preso na barreira. Entre os que acompanhavam a situação desoladora em que se encontra o Gravataí, já em níveis baixíssimos devido à estiagem, estava Nelson Postay, integrante do Movimento Ecológico Livre – Urihi, de Cachoeirinha. Ele esteve entre os que, na manhã do último domingo, fizeram a retirada simbólica de parte do lixo acumulado naquela região do leito do rio. De acordo com ele, foram inclusive encontrados, na ocasião, embalagens de agrotóxicos, possivelmente descartados incorretamente das lavouras às margens do rio.

Na visão de Postay, também ligado a coletivos de preservação ambiental como o Mato do Júlio e a Associação de Preservação da Natureza – Vale do Gravataí (APN-VG), pode ter havido um descarte grande de isopor, já que parte significativa dos resíduos acumulados no rio é deste material.

No Gravataí, a régua de medição do Balneário Passo das Canoas, em Gravataí, mantida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), teve o registro de 1,51 metro hoje pela manhã, ainda em trajetória de elevação, porém menos intensa do que na quarta-feira. Já em Alvorada, a marcação da Estação de Tratamento de Água (ETA) da Corsan mostrava 1,60 metro de nível, e precipitação acumulada de 7,8 milímetros da manhã de quarta até a manhã de hoje.

Na bacia do rio dos Sinos, a régua da Agência Nacional de Águas (ANA) no Centro de São Leopoldo apresentava 83 centímetros, após uma chuva de apenas 2,2 milímetros. Em Campo Bom, a medição foi de 1,52 metro, e na foz do rio Paranhana, no município de Taquara, queda de 76 para 52 centímetros em 24 horas, ou seja, um centímetro por hora. Em Novo Hamburgo, a medição da Companhia Municipal de Saneamento (Comusa) subiu para 2,54 metros nesta quinta-feira pela manhã.

Já na Elevatória de Água Bruta (EAB) do Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae), em São Leopoldo, 1,60 metro, alta de 20 centímetros sobre o dia anterior. No Guaíba, a régua de medição do Cais Mauá, no Centro Histórico, apresentou 54 centímetros na manhã de hoje. No trapiche da Praia da Pedreira, no interior do Parque Estadual de Itapuã, em Viamão, 23 centímetros, enquanto no terminal da CatSul, no município de Guaíba, 52 centímetros.