Uma quadrilha especializada em clonar veículos de luxo roubados em Porto Alegre, com o objetivo de vender os automóveis em Santa Catarina, é alvo de uma operação da Polícia Civil nesta segunda-feira (17). Ao todo, a força-tarefa prendeu 12 suspeitos de envolvimento no esquema, que é investigado há um ano.
Conforme a Delegacia de Roubo de Veículos, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), a maior parte dos carros clonados era revendida por preço de mercado na Região Metropolitana de Florianópolis. Outros veículos eram usados por criminosos especializados em roubo a estabelecimentos comerciais e de carga.
O grupo negociou pelo menos 21 carros de luxo, capturados em território gaúcho, em apenas dois meses deste ano. Todos passavam pelo mesmo processo: após chegarem às mãos dos investigados, por meio de assaltos à mão armada, tinham placas e demais sinais identificadores alterados antes de serem transferidos a terceiros.
Os indivíduos, que tinham como principal foco caminhonetes, mudaram recentemente o alvo e passaram a buscar por carros blindados. Segundo a Polícia Civil, o líder da quadrilha é um homem de 27 anos que já tinha antecedentes pelo crime de receptação. Ele foi preso mais uma vez, hoje, na cidade catarinense de Palhoça.
Ostentação
Áudios obtidos pelos investigadores revelam que os suspeitos costumavam ostentar os crimes cometidos em grupos nas redes sociais. Em uma das mensagens, o indivíduo enumera veículos que haviam sido roubados. “Eu sei que eles estavam com uma Hilux, tá ligado? Eu não sei se eles foram roubar mais um, o que fizeram. Que loucura!”, exclama.
Em outra oportunidade, um alvo aproveitou para contar vantagem sobre o fato de nunca ter voltado de mãos vazias para casa. “Ô, mano. Essa parte tu deixa pra mim, pai. Eu nunca perdi um assalto. Tenho anos de profissão. O melhor cara que podia estar fazendo essa mão pra ti sou eu. Fica sereno”, provoca o criminoso.
A quadrilha também fez vítimas na Região Metropolitana, mas os casos ainda não foram contabilizados. Os suspeitos envolvidos no esquema podem responder por associação criminosa, roubo de veículos, porte ilegal de arma de fogo, receptação, adulteração de sinais veiculares, falsificação de documentos e uso de documentos falsos.