Operação no RJ prende suspeito de envolvimento em ataque que deixou três mortos e 27 feridos na zona Sul de Porto Alegre

Dyonathan Luis Marques Perez é o terceiro suspeito preso por envolvimento

Foto: Polícia Rodoviária Federal

A Polícia Civil, em ação conjunta com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), prendeu, na tarde desta quinta-feira, no Rio de Janeiro, Dyonathan Luis Marques Perez, de 27 anos, apontado como um dos envolvidos no ataque a tiros que deixou três mortos, na noite de 4 de setembro, em um bar no bairro Campo Novo, zona Sul de Porto Alegre.

Segundo as investigações, o atentado ocorreu por ordens de uma facção atuante no Vale dos Sinos e que está em conflito com traficantes da Vila Cruzeiro, no bairro Santa Tereza. O episódio é considerado o maior ataque, até o momento, decorrente do conflito entre facções de Porto Alegre e região Metropolitana, iniciado em agosto.

Essa é a terceira prisão, desde o último dia 7, decorrente da ‘Operação Campo Novo’, que teve como objetivo prender os envolvidos no ataque ao estabelecimento na zona Sul da capital. Na ação da última semana, foram presos Leonardo de Neque Knorr e Nicolas Becker Hiwatashi.

“Na última sexta-feira, na operação em que prendemos outros dois envolvidos no ataque, fomos ao condomínio em que ele mora, no bairro Princesa Isabel, e não o encontramos”, contou o titular da 4ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Rodrigo Pohlmann Garcia, à Rádio Guaíba. “Através de uma parceria com a PRF, passamos a monitorá-lo, conseguimos descobrir a placa do veículo dele, e constatamos que ele estava se direcionando para o Rio de Janeiro”, complementou.

O delegado relatou que a prisão ocorreu na BR 116, na cidade de Piraí (RJ). No momento da abordagem, Dyonathan, acompanhado de uma mulher, apresentou um documento falso aos agentes. Contudo, a partir da troca de informações e imagens, verificou-se que o homem abordado era o foragido.

O preso fica, por enquanto, no sistema prisional fluminense. A expectativa dos policiais é de que a Justiça o envie de volta ao RS.

Guerra do tráfico

Os conflitos entre facções da capital e região Metropolitana foram marcados por dois momentos distintos: o primeiro ocorrido na segunda semana de fevereiro, estendendo-se até final de abril, os quais somaram 33 atentados e 23 homicídios; o segundo, iniciado em agosto, já contabiliza 37 atentados, com 31 mortes.

Em relação ao segundo momento da guerra entre traficantes, conforme o apurado pela Divisão de Homicídios, já foram identificados 61 suspeitos entre executores e mandantes, 27 pessoas presas e um adolescente apreendido pela atuação integrada das forças de segurança pública,

O atentado ocorrido no bairro Campo Novo se deu em frente a um bar, onde havia cerca de 80 pessoas celebrando o aniversário de um ano de atividade do estabelecimento comercial. Na ocasião, em meio a um show de pagode, dois veículos se posicionaram em frente ao local e quatro atiradores passaram a disparar em todas as pessoas, indistintamente.

De acordo com a Polícia Civil, o público do estabelecimento, no dia do crime, era composto por jovens, crianças e pessoas idosas, o que não impediu o grupo criminoso de manter o plano de ataque. Dentre os feridos, uma criança de 4 anos, que sofreu um disparo em um dos pés, perdeu a mãe no atentado.

A investigação apurou que apenas uma das pessoas feridas era vinculado ao grupo criminoso local. As outras 26 não tinham elo algum com a criminalidade.