Petrobras prepara novo aumento no preço dos combustíveis, adianta Bolsonaro

Presidente também admitiu dificuldade em trocar chefe da estatal

Foto: José Dias/PR

Sem apresentar detalhes, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira, que a Petrobras prepara um novo aumento no preço dos combustíveis no país. Ele também admitiu estar com dificuldades para fazer a troca no comando da estatal.

“Eu não tenho comandamento sobre a Petrobras. A Petrobras está dando dica que quer aumentar de novo. Não interessa quanto seja, já está um absurdo o preço dos combustíveis lá na refinaria”, disse o presidente durante entrevista à jornalista Leda Nagle.

Emissários do governo se reuniram na noite da última segunda-feira com a diretoria da Petrobras para tentar impedir o aumento de combustíveis que a estatal planeja anunciar ainda nesta semana. A ideia é reajustar o preço da gasolina em 9% e o do diesel em 11% como forma de amenizar a defasagem de valores entre o mercado interno e o mercado internacional.

O governo teme que o aumento anule os esforços para aprovação de projeto no Congresso que limita o teto do ICMS em 17% para uma série de itens, entre eles, os combustíveis. Bolsonaro é crítico da política adotada pela Petrobras, a Preços de Paridade Internacional (PPI), que força o preço da gasolina, do etanol e do diesel a acompanhar a variação do valor do barril de petróleo no mercado internacional.

Comando da Petrobras
Com relação à dificuldade de trocar o presidente da estatal, Bolsonaro afirmou que “nós somos os acionistas com o maior número de papéis, mas não temos o poder de mudar rapidamente”. E acrescentou: “Estamos há um mês tentando trocar o presidente da Petrobras e não conseguimos. Não resolveu. Agora pode ter certeza que você vai descobrindo as coisas com o tempo, e vai ser resolvida a questão dos combustíveis”, disse na entrevista.

No fim do mês passado, Bolsonaro informou que o químico José Mauro Ferreira Coelho, empossado há 40 dias, havia sido demitido do cargo de presidente da Petrobras. Caio Mario Paes de Andrade, do Ministério da Economia, teve o nome indicado como sucessor. A mudança na estatal, porém, pode levar até 60 dias em razão de regras internas da estatal.

Coelho tomou posse como presidente da Petrobras no dia 14 de abril — terceiro a ocupar o posto na estatal durante o governo Bolsonaro, depois de Joaquim Silva e Luna e Roberto Castello Branco. O químico deixou o comando da estatal pelos mesmos motivos que os antecessores: os reajustes feitos no preço dos combustíveis, que vêm irritando Bolsonaro no ano em que busca a reeleição.