Porto Alegre: municipários decidem enviar nova contraproposta de reajuste à Prefeitura

Categoria pede reposição de 14,79%, além dos 4% já pagos na folha de abril

Foto: Fabiano do Amaral/CP

Mesmo sob o frio de 10ºC, servidores públicos municipais de Porto Alegre aprovaram, em assembleia-geral na noite desta segunda-feira, o envio de mais uma contraproposta de reajuste salarial à comissão de negociação da Prefeitura. Reunidos na quadra da Escola Imperadores do Samba, no bairro Praia de Belas, os municipários debateram a oferta mais recente apresentada pelo governo, em 10 de maio.

A categoria cobra, agora, um reajuste de 14,79%, correspondente aos primeiros 16 meses da gestão atual e já incluindo os 4% que foram pagos na folha de abril. Para que o valor restante seja repassado, o Sindicato dos Municipários (Simpa) vai buscar negociar dois cenários de parcelamento – um deles prevendo correção de 5,83%, em maio, e 4,29%, em novembro, e outro duas vezes iguais, de 5,06% em maio e em novembro.

Em relação aos demais pontos da oferta do governo, a categoria concordou com o reajuste de 25% no vale-alimentação, a partir de maio; com o início do pagamento, em julho, das progressões funcionais atrasadas referentes ao biênio 2012/2014, em 70 parcelas e com atualização nominal dos valores, e com a abertura, em novembro, do cronograma de pagamento das progressões referentes ao biênio 2014/2016.

O diretor-geral do Simpa, João Ezequiel da Silva, voltou a reforçar que os últimos seis anos, a Prefeitura de Porto Alegre não corrigiu os salários dos servidores pela inflação, situação que gerou uma defasagem, até abril, de 32,3%, conforme apontou o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). “Temos uma divergência quanto a esse percentual, mas a gestão atual quer manter o reajuste de 10,06%, o que é inferior ao valor desde que o [prefeito Sebastião] Melo assumiu”, comentou.

A terceira proposta disponibilizada pela Prefeitura previa 10,06% de reajuste, referentes aos primeiros 12 meses da gestão atual, em três parcelas: 4%, já pagos em abril, 3% em julho e o saldo em novembro, assim como as cláusulas que envolvem o pagamento das progressões e o reajuste do vale-alimentação.

Outras reivindicações aprovadas hoje foram a atualização dos valores nominais, tanto da reposição da inflação quanto das progressões, à época do vencimento original das parcelas; o reconhecimento das perdas salariais desde 2016 e o compromisso do governo de fazer, em 2023 e 2024, a reposição da inflação pelo IPCA respeitando as datas-bases previstas em lei.