Os alertas de desmatamento na Amazônia Legal bateram novo recorde em abril deste ano, com 1.013 km² de floresta devastada, conforme os dados do sistema de alertas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Esse é o maior número para o mês desde o início da série histórica, em 2016.
O número de alertas de desmatamento para o mês de abril vem crescendo anualmente. No ano passado, houve recorde para o período, com 580 km². A alta de 2021 para 2022 foi de 74,66%. O sistema de alertas (Deter) é um levantamento de alteração da cobertura florestal. Os números consolidados de desmatamento são divulgados depois, por meio do sistema Prodes.
Confira os dados, ano a ano:
2016: 440 km²
2017: 127 km²
2018: 490 km²
2019: 247 km²
2020: 407 km²
2021: 580 km²
2022: 1.013 km²
Gerente do WWF-Brasil para Ciências, organização não governamental que atua na área ambiental, Mariana Napolitano afirma que a quantidade de alertas de desmatamento é extremamente alta para o período, que marca o início da época de seca na Amazônia, “quando o desmatamento costuma aumentar”. “É um alerta da imensa pressão que a floresta está sofrendo neste ano”, pontuou.
Ela afirma que, se o ritmo for mantido, os recordes de destruição serão quebrados: “Esse desmatamento é majoritariamente ilegal e traz consigo aumento de roubo de terra (grilagem), invasão a terras públicas, aumento do garimpo ilegal e conflitos cada vez mais intensos na região”, explicou.