Justiça determina que Estado assuma, temporariamente, gestão do HPS de Canoas

Ministério Público investiga suposto esquema de desvios na casa de saúde

Instituição ficará nas mãos do Estado por 120 dias. Foto: Fernanda Bassôa/Arquivo/Correio do Povo

A juíza Adriana Rosa Morozini, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, determinou liminarmente, nessa quarta-feira (6), que o Governo do Estado assuma a gestão do Hospital de Pronto-Socorro (HPS) de Canoas. A decisão atende a um pedido do Ministério Público, que investiga um suposto esquema de desvios na casa de saúde.

Com isso, os dirigentes do Instituto de Atenção à Saúde e Educação (ACENI), que geria o espaço desde janeiro, foram afastados. O HPS da cidade ficará nas mãos do Estado por 120 dias – período que é prorrogável até que haja condições da gestão do hospital ser retomada pelo Poder Público ou repassada a terceiros por meio de um novo processo seletivo.

A Justiça garantiu, ainda, que a estrutura de recursos humanos e equipamentos vinculados à ACENI permanecerão em uso, em um primeiro momento, para garantir a continuidade dos serviços. Outros contratos, como o de fornecimento de refeições e serviços de limpeza, também devem ser mantidos.

Relembre o caso

A Procuradoria da Função Penal Originária e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco – Núcleo Saúde), do Ministério Público, investigam uma série de irregularidades que teriam sido praticadas pela prefeitura de Canoas. Dentre elas, a contratação da organização social que gere o hospital, com dispensa de licitação.

O prefeito Jairo Jorge (PSD) foi afastado do cargo após uma operação, deflagrada no dia 31 de março, assim como os secretários de Saúde e Planejamento e Gestão do município, um assessor do gabinete e dois servidores do Executivo. A força-tarefa cumpriu 81 medidas cautelares contra 24 pessoas físicas e 15 empresas.