Após transição, Leite deve dialogar com outras siglas e se “apresentar” ao país

Governador do Rio Grande do Sul anunciou nesta segunda-feira que vai renunciar ao cargo; Ranolfo Vieira Junior assume na próxima quinta

Foto: Felipe Dalla Valle / Palácio Piratini

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou em entrevista coletiva, realizada nesta segunda-feira, no Palácio Piratini, que a partir da próxima semana vai consolidar uma agenda com o objetivo de se “apresentar” para o país como uma uma alternativa política.

“Eu estarei como agente político deste partido (PSDB), percorrendo o país como ex-governador e membro filiado deste partido ajudando na mobilização e à disposição para onde o partido entender que melhor eu possa dar a minha contribuição”, explicou Leite.

Para isso, o chefe do Executivo gaúcho, que renunciou ao cargo nesta segunda, deve ter encontros com integrantes de outras legendas que possam fortalecer o projeto, tanto em território nacional quanto local. Ainda de acordo com Leite, as coligações serão cruciais para definir um futuro político.

“Existe uma conversa adiantada do PSDB com o MDB, União Brasil, já tem uma federação encaminhada com o Cidadania (…) todos esses atores vão participar do processo de decisão sobre qual candidatura irá representar este grupo para ser a alternativa. Então, eu confio que possamos construir juntos. Eu não colocarei o meu projeto individual. Se eu quisesse colocar o meu projeto pessoal tinha caminho ofertado para isso. Mas não é sobre atender a uma aspiração pessoal, é sobre atender o meu sonho, a minha vontade de fazer mudanças como cidadão. Eu não tenho nenhum problema de estar nos bastidores se for o caso, mas muita gente acredita que eu deva estar na liderança”, acrescentou.

Leite disse, ainda, que apesar de respeitar o resultado das prévias do PSDB, vencidas pelo governador de São Paulo, João Doria, elas não devem se sobrepor à “melhor alternativa”.

Contudo, antes de se dedicar à nova agenda, Leite pretende focar na transição do governo estadual. Na próxima quinta-feira, o vice-governador Ranolfo Vieira Junior, assume o cargo.

A última vez que um governador do Rio Grande do Sul renunciou ao cargo havia sido em 1990. Na ocasião, Pedro Simon (MDB) deixou o posto para concorrer ao Senado.

Doria

Horas antes do anúncio da renúncia ao governo do Estado nesta segunda, o tucano revelou ter conversado por telefone com o governador paulista e atual pré-candidato à presidência da República pelo PSDB, João Doria. Na oportunidade, Leite revelou que a conversa ocorreu em um tom cordial e que ambos “estão na mesma vibe” para construir juntos a melhor opção para o Brasil.

Preferência

Perguntado sobre quem é o melhor candidato entre os que já aparecem nas pesquisas de intenção de votos à Presidência da República, Leite não escolheu nenhum dos atuais postulantes, e reforçou o apelo pelo seu nome ao relatar que diversas lideranças políticas o consideram a melhor opção.

“Não adianta querer se apresentar nestas eleições sendo nem um, nem outro, ou nenhum dos dois porque o que a gente precisa é trazer a população para ser a favor de algo. Nós não vamos virar este jogo, esta disputa eleitoral, simplesmente convencendo que os outros são piores. Nós precisamos mostrar que temos um caminho melhor. E entre esses dois caminhos que estão se apresentando, existe um que representa o passado e o outro que representa o presente. Está faltando alguém que fale de futuro. E eu venho com a minha juventude falar sobre este futuro, que é meu e de tantos outros jovens, e que nós não vamos aceitar termos este futuro destruído, comprometido… por aqueles que só estão interessados em destruir um ao outro, e em levar ao seu campo político uma vitória eleitoral condenando o futuro do Brasil”, pontuou Eduardo Leite.

O tucano destacou, ainda, que a decisão anunciada nesta segunda-feira também busca intensificar o contato com a população, já que a função de governador limita essa proximidade.