Grêmio bate o Ypiranga e larga em vantagem na final do Gauchão

Lucas Silva marcou de pênalti para o Tricolor

Lucas Silva marcou de pênalti | Foto: Lucas Uebel/Grêmio

Ypiranga e Grêmio protagonizaram uma apresentação de gala na partida de ida das finais do Gauchão. Na tarde deste sábado, no Colosso da Lagoa, o Tricolor contou com a ajuda do VAR para superar os donos da casa por 1 a 0, em Erechim. Em lance polêmico, o pênalti foi marcado e Lucas Silva colocou a vantagem na conta do Grêmio para a partida de volta.

Com o resultado, o Tricolor joga pelo empate para levantar o penta do Gauchão no jogo de volta, na Arena, no dia 2, às 16h30min. O Ypiranga, para se livrar dos pênaltis, precisa superar os donos da casa com por mais de um gol de diferença.

Campaz, Elias e um paredão chamado Edson

A expectativa em Erechim era grande. De um lado, um gigante acostumado a decisões. Do outro, uma das forças do Interior que chega a sua primeira final de Gauchão. O Tricolor contou com o retorno de Villasanti, formando a trinca no meio com Lucas Silva e Bitello. Pelo Canarinho, foi nítida a estratégia de jogar nas costas de Diogo Barbosa, que se provou acertada ao longo do primeiro tempo.

Os minutos iniciais foram de estudo dos donos da casa, mas foi o lado azul que assustou de primeira. Aos seis minutos, na ponta-direita, alçou a bola na área do goleiro Edson. No oportunismo, Elias dominou na pequena área e finalizou na saída do arqueiro do Ypiranga, que fez uma bonita defesa à queima roupa. Incentivados pelos 6 mil torcedores no Colosso da Lagoa, o Grêmio assustou novamente. Bitello lançou novamente Campaz pela direita. O meia tocou na saída de Edson, mas a bola beijou a trave no caminho. O relógio marcava 10 minutos.

Não é insistência ou repetição, mas o nome de Campaz aparece pela terceira vez nesta crônica. Aos 15, Diego Souza, em velocidade, ajeitou para o meia após toque de Bitello. O colombiano chegou batendo, mas sem equilíbrio, e mandou para fora. O Grêmio seguiu criando chances, abusando das ligações rápidas entre defesa e ataque, principalmente com a bola era recuperada ainda no meio-campo.

Em uma dessas transições, Elias aproveitou o porte físico e, principalmente, a força para girar na marcação do Ypiranga. De frente para a meta, aos 23, chutou rasteiro, obrigando Edson a concretizar mais um milagre com a ponta dos dedos pelo lado direito. lance mais bonito do Canarinho aconteceu aos 35. Gedeilson progredia pelo lado de Diogo Barbosa quando tirou uma lambreta para ultrapassar o lateral, levantando a torcida amarela.

O Ypiranga tentava a ligação entre a defesa e o meio-campo, mas sem sucesso. Méritos para Roger Machado, que soube neutralizar as peças ofensivas dos donos da casa no primeiro tempo. Apesar das inúmeras chances criadas, o 0 a 0 se manteve. Campaz – que ainda mandou mais uma bola na junção da trave aos 41, e Elias tentaram, mas Edson foi o nome da primeira etapa.

Var e discussão no final

Para a segunda etapa, o Grêmio retornou sem alterações. Por outro lado, o treinador Luizinho Vieira promoveu trocas em campo pelo Ypiranga. Em uma delas, Cesinha foi chamado para dar mais mobilidade ao setor ofensivo dos donos da casa. Apesar das mudanças, assim como na primeira etapa, a primeira boa chance foi do Grêmio. Aos 8, Elias se desvencilhou da marcação na entrada da grande área, rasgou para o lado direito, clareou e bateu firme, mas no centro. Edson, bem colocado, defendeu em dois tempos.

O Ypiranga respondeu com Hugo Almeida. Porfírio fez boa jogada pela ponta-esquerda e cruza por baixo, deixando para trás a marcação de Lucas Silva e Campaz. O atacante erra em bola e perde a chance de inaugurar o placar. Nos primeiros minutos da etapa complementar, foram os donos da casa que começaram melhores.

A melhora da equipe de Erechim com as trocas foi nítida. Aos 18, mais uma grande chance. Falcão recebe Erick, que domina e chuta. A bola explodiu no travessão. No rebote e no oportunismo, Hugo Almeida rebate, obrigando Brenno, quase de joelhos, a espalmar para o lado e evitar o gol do Ypiranga.

No contra-ataque, o Grêmio buscou retomar as ações ofensivas. Bitello alçou Janderson, que entrou no lugar de Campaz, na ponta-direita. O atacante entrou na grande área, bateu cruzado, mas a bola foi para fora. O 0 a 0 seguia e o relógio marcava 25 minutos.

O segundo tempo era do lado amarelo. Falcão, em uma brilhante atuação, conseguia fazer a leitura do jogo e criava boa parte das jogadas do Ypiranga. Foi dele mais um chute perto da grande área, aos 29, após escorada de Hugo Almeida no pivô. Se a bola não pegasse amplitude, teria endereço certo no fundo das redes.

A partida parecia encaminhada na igualdade quando o VAR deu as caras. Na disputa dentro da área, Amorin derrubou Churín. O lance seguiu normalmente até Anderson Daronco consultar a tela e marcar a penalidade e ouvir gritos de “vergonha” da torcida da casa. Lucas Silva, frio e calculista, aos 47, chutou forte e no canto direito. Sem chance para Edson. O Grêmio abre o placar acompanhado da avalanche das arquibancadas.

O final da partida em Erechim foi marcada pelos nervos à flor da pele. Indignados com o penâlti, tanto a torcida quanto a comissão técnica pressionaram a arbitragem. Quando o tempo regulamentar havia terminando, Luizinho Vieira foi expulso e teve que ser levado para fora de campo após os pedidos de Daronco. Com as vaias e gritos das arquibancadas, o Grêmio deixou Erechim com a vantagem.