A secretária-executiva de Minas e Energia, Marisete Pereira, afirmou, nesta quinta-feira, que o cenário ainda é de atenção em relação à crise energética no país. Marisete pontuou que o período de chuvas começou mais cedo, mas ainda está só no começo, não sendo possível saber, ainda, qual vai ser intensidade da hidrologia no país nos próximos meses.
“Nós estamos acompanhando. Vai depender muito de como virão as chuvas a partir de dezembro; o período úmido. (A chuva) antecipou, mas mesmo assim a gente ainda não tem o nível de segurança para dizer que estamos em um cenário de normalidade”, afirmou ao R7, no Senado Federal. A secretária compareceu ao Congresso para, segundo ela, uma conversa de rotina com os senadores sobre assuntos do ministério.
O Brasil vive um grave cenário de crise energética. Em junho, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque afirmou que a seca enfrentada pelo país era a pior da história e que a escassez de água que atingia as hidrelétricas era a maior dos últimos 91 anos. No fim de agosto, ele afirmou que a situação havia se agravado, com o período de chuva no Sul pior do que era esperado. Na ocasião, o ministro anunciou o aumento do preço da energia.
Foi, então, implementada a bandeira da conta de luz, chamada de bandeira “Escassez Hídrica”, representando um aumento de 6,78% na tarifa média. De lá pra cá, após chuvas no último mês, houve um alívio nos reservatórios das regiões mais atingidas, mas o cenário ainda é de preocupação, como pontuou a secretária.
Comissão da Crise Hídrica
O Senado criou a Comissão da Crise Hidroenergética para apurar causas e efeitos da crise hidroenergética no país, com a ideia de avaliar as decisões do governo, entender como o país chegou no atual cenário e avaliar medidas legislativas para reduzir o risco de crises. Nesta quinta-feira, ocorreu a leitura do plano de trabalho e foram aprovados dois requerimentos de informações que serão encaminhados ao ministro Bento Albuquerque.
O documento, apresentado pelo relator da comissão, o senador José Aníbal (PSDB-SP), prevê a realização de seis audiências públicas e três visitas técnicas à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Também foram programadas mais de 13 reuniões técnicas com órgãos e entidades do setor elétrico.
Presidente da comissão, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) afirmou que é preciso garantir a “segurança energética e tarifas mais baixas para a população brasileira, dispondo de todos os recursos e ferramentas” disponíveis.