Após ter sido exonerada do cargo de diretora do Ministério da Saúde em agosto deste ano, a primeira-tenente do Exército e médica infectologista Laura Tiriba Appi, apontada como namorada do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, voltou a trabalhar na pasta. O R7 apurou que, desde o começo do mês, ela tem sido vista circulando pelo prédio e atuando como assessora parlamentar. Está sob os cuidados dela o relacionamento com os municípios para implantação da atenção primária.
Apesar de dar expediente no Ministério da Saúde desde o início do mês, a nomeação de Laura para a pasta ainda não foi publicada no DOU (Diário Oficial da União). Em 5 de novembro deste ano, o DOU detalhou que Laura Appi foi “designada para o Hospital das Forças Armadas (HFA)”, “a contar de 18 de outubro de 2021.”
Laura havia sido exonerada do cargo de diretora de programa da Secretaria de Atenção Primária à Saúde, do Ministério da Saúde, em agosto, após mais de um ano e meio de atuação. No período, entre maio de 2020 e março de 2021, a médica recebeu mais de R$ 54 mil em passagens aéreas e diárias de viagens, como consta no Portal da Transparência. Em nove destas viagens, ela é apresentada como “acompanhante de Ministro de Estado”. Laura foi uma das principais assessoras de Pazuello enquanto o general ocupava o posto mais alto da Saúde.
Em declarações após repercussão do caso, a médica negou relacionamento amoroso com Pazuello, mas foi flagrada pela imprensa saindo do hotel de trânsito com o então ministro e entrando no carro oficial na companhia dele. Laura chegou a acionar a Justiça do Distrito Federal contra a ex-mulher do general, questionando se ela prestou declarações à imprensa sobre o suposto relacionamento entre os dois, mas desistiu do processo.
Após sair do Ministério da Saúde, em agosto, a médica chegou a ser mandada de volta a Manaus, onde está originalmente lotada, mas foi designada para atuar no Hospital das Forças Armadas (HFA), na capital federal, e permaneceu em Brasília.
O R7 entrou em contato com o Ministério da Saúde questionando se a médica está trabalhando na pasta sem ter sido, de fato, nomeada para o cargo, e para entender qual trabalho ela executa atualmente. O ministério disse que não vai se pronunciar sobre o caso.
A reportagem também entrou em contato com o Hospital das Forças Armadas para saber se a médica acumula o expediente no ministério com o do HFA, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.