A interdição da ponte do Fandango, sobre o rio Jacuí, na BR-153, vem causando transtornos e prejuízos para agricultores, empresas e profissionais do setor agropecuário em Cachoeira do Sul. Principal acesso à cidade a partir da BR-290, a estrutura segue bloqueada para veículos pesados desde 29 de outubro, após a constatação de rachaduras em uma viga de sustentação. A conclusão das obras de manutenção está prevista para 16 de dezembro, de acordo com a prefeitura. Para ônibus e caminhões, a alternativas é utilizar desvios por outras rotas, o que aumenta o trajeto.
O agrônomo Jerson dos Santos lembra que, nesta época do ano, os produtores da região fazem o plantio de arroz e soja. “Todo mundo passa pela ponte. Porque vende arroz ou soja, leva fertilizantes ou sementes”, reforça.
Segundo o coordenador local do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Pedro Hamann, os produtores do município contabilizaram mais de R$ 300 mil em perdas até o dia 5. Apenas hoje voltou a ser liberada a passagem de veículos leves, para os quais a travessia era feita com uma balsa.
Hamann explica que, enquanto o trânsito esteve totalmente bloqueado, o problema alterou a rotina dos agricultores. “Muitos vão todos os dias para a cidade, o que [com o uso de trajeto alternativo] aumenta o custo do deslocamento”, observa.
Na filial da empresa Três Tentos, no Distrito de Cordilheira, a interdição da ponte afetou a entrega de insumos, a assistência técnica aos produtores, a manutenção de máquinas e o abastecimento de combustível. Outro dilema envolve o deslocamento dos 38 funcionários, que dependiam de caronas para ir e voltar do trabalho, segundo o gerente da unidade, Jonas Belmiro. “Para me deslocar até a empresa, eu levava de 15 a 20 minutos. Hoje estou levando até duas horas e meia”, disse, na segunda-feira.