Com foco na terceira via, Novo lança Felipe D’Ávila à Presidência

Nas últimas eleições, o partido lançou o empresário João Amoêdo

D'Avila foi oficializado como representação do Novo | Foto: Reprodução / CP

O Novo oficializou, em cerimônia nesta quarta-feira, a pré-candidatura à presidência da República de Felipe D’Avila. Durante o discurso, ele defendeu o fortalecimento de uma terceira via para substituir Jair Bolsonaro e não eleger o ex-presidente Lula. “O populismo de esquerda e direita apenas vai perpetuar a miséria, a pobreza, a corrupção e o mau funcionamento das instituições democráticas”, defendeu D’Avila.

Cientista político de formação, D’Avila é fundador no Centro de Liderança Pública (CLP) e se afastou, na última sexta (29), da presidência da instituição ao assinar termo de compromisso para a candidatura pelo Novo. Nas últimas eleições, o partido teve João Amoedo como candidato.

“Se quisermos unir o país, precisamos começar com o exemplo de casa, o que demos nessas ultimas três semanas”, disse, afirmando que a pré-candidatura é demosntração dessa união que está ocorrendo.

No discurso de oficialização, o pré-candidato fez uma série de críticas à situação atual brasileira, atribuindo o cenário a governos populistas. “Falta dignidade, oportunidade, emprego, renda, respeito ao meio ambiente, à cultura. Sem cultura, erradicamos a memória de um país. Sobra dias sombrios, o fanatismo, que destrói a tolerância, a civilidade, a capacidade de dialogar.”

Na avaliação de D’Avila, o Novo tem capacidade de colaborar com o debate nacional na defesa de valores e propostas democráticas, com respeito à liberdade econômica e de expressão, prezando pela diversidade de opinião, gênero e raça.

Privatização e reformas

D’Avila defende a necessidade de privatização e abertura da economia como forma de solucionar problemas públicos. “É a parceria público-privada que vai ajudar o Brasil a encontrar soluções inovadoras para seus reais problemas”. A priorização de uma agenda reformista também é foco do Novo para “fortalecer a democracia”.

Durante a fala, ele afirmou que, caso eleito, a primeira atitude que faria em relação à Petrobras seria privatizá-la. “Vamos vender a Petrobras no primeiro dia de governo. É um absurdo ter uma empresa que vem sendo utilizada como fonte de corrupção pelo populismo de esquerda e como fonte de manipulação de preço pelo populismo de direita e faz com que nós todos percamos.”

Para ele, tanto a agenda de privatizações quanto de reformas precisa do apoio do Congresso e, por isso, destaca o papel da articulação, mas sobretudo de uma liderança forte para isso. “Não avança hoje porque não tem liderança de governo. O governo não entra na briga para apoiar reformas importantes.” D’Avila destaca que deixar as prioridades claras tanto para os parlamentares quanto para a sociedade civil é a chave para conseguir apoio para aprovar as pautas importantes.

Outra defesa na agenda de propostas encabeçadas pelo Novo é a preservação ambiental e o compromisso com as pautas globais neste sentido. D’Avila criticou a direita “que acha que progresso é desmatar o Brasil, não respeitar o meio ambiente” e que, consequentemente, dá as as costas ao mercado que quer investir em países que prezem pela sustentabilidade. Completou a ofensiva também à esquerda “que acha que defender o meio ambiente é só mais uma bandeira para criticar o capitalismo e a economia de mercado”.

“Nós achamos o contrário. Meio ambiente e mercado combinam perfeitamente. E é justamente a integração que vai fazer com que o Brasil consiga retomar sua liderança em um assunto de importância global”, ressaltou D’Avila.

A proposta de ser uma terceira via também é levantada por outros candidatos, entre eles Ciro Gomes (PDT), Sergio Moro, Rodrigo Pacheco (PSD), João Doria e Eduardo Leite (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Alessandro Vieira (Cidadania).