Levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostra que o maior valor cobrado pela gasolina comum foi verificado no Rio Grande do Sul, no período de 24 a 30 de outubro. No Estado, o litro chegou a R$ 7,88 (valor encontrado em Bagé), seguido por Rio de Janeiro (R$ 7,64) e por Minas Gerais (R$ 7,47).
Em Porto Alegre, os valores mais altos chegaram a R$ 7,09, em dois postos de combustíveis localizados no bairro Azenha. Nesta segunda-feira, apesar de ser véspera de feriado, havia movimento de pessoas abastecendo seus carros na cidade. “A coisa está cada vez pior. Trabalho com minha moto e preciso encher o tanque, mas gasto bastante”, comenta Sergio Pereira. A opção encontrada por alguns é deixar o veículo parado. “Estou andando menos de carro e rodo com o tanque quase vazio para economizar”, disse o freteiro Luiz Kinder. “Só encho se preciso viajar”, acrescenta.
A população parece resignada depois do aumento dos últimos dias, que foi de 3,1%, levando o valor a R$ 6,56 o litro, segundo dados da ANP. Na Capital já há postos de combustíveis vendendo o litro da gasolina comum acima de R$ 7,00 desde a semana passada. “Esses aumentos estão um absurdo, especialmente para quem precisa do carro para trabalhar”, observa a comerciante Vera Santos, que calibrava os pneus em um posto. A solução para ela poupar foi, além de deixar o veículo mais tempo parado na garagem, optar pelo uso de bicicleta para realizar suas entregas.
Nessa segunda-feira de sol intenso, o valor mais alto encontrado pelo Correio do Povo foi R$ 7,19, em um posto localizado nas esquinas da rua Ramiro Barcelos com a avenida Farrapos. Apesar do preço, era possível ver pessoas abastecendo no local. O preço mais baixo registrado foi R$ 6,69, em um posto situado nas esquinas da Voluntários da Pátria com a Santo Antônio. Em quatro postos visitados o valor era de R$ 6,99. Outros quatro pediam R$ 6,96 pelo litro da gasolina comum. Um posto localizado na Farrapos, no outro lado da rua da Praça Florida, cobrava menos – R$ 6,89. “Os preços estão muito abusivos. Trabalho direto com o carro e necessito encher o tanque até duas vezes por semana”, explicou o representante comercial Fernando Widholzer.
A Petrobras passou a praticar, há cinco anos, o Preço de Paridade Internacional (PPI), que se orienta pelas flutuações do mercado internacional. Os sucessivos aumentos dos preços dos combustíveis no país estão balizados em alguns aspectos, em especial no valor do petróleo e no câmbio. O preço médio de venda da gasolina saltou de R$ 2,98 para R$ 3,19 por litro, um reajuste médio de R$ 0,21 por litro (alta de 7,04%), no aumento da semana passada. Foi o segundo reajuste no preço este mês. A gasolina já havia subido mais 7,2% no dia 9 de outubro.