A CPI da Covid ouve, nesta quinta-feira (30), o empresário Otávio Oscar Fakhoury. O pedido da convocação dele foi feito vice-presidente da Comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e aprovado pela comissão. Segundo o senador, o empresário foi identificado como o ‘maior financiador de disseminação de fake news”. Fakhoury também é investigado no inquérito conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o tema.
O requerimento de convocação argumenta que o empresário financia “canais de disseminação de notícias falsas, como o Instituto Força Brasil, Terça Livre e Brasil Paralelo.” Ainda de acordo com o texto do requerimento, “esses canais estimularam o uso de tratamento precoce sem eficácia comprovada, aglomeração e diversas outras fake news sobre a pandemia.”
Fakhoury está no radar da CPI desde agosto. Em abril de 2020, os senadores tinham aprovado a quebra dos sigilos bancário, telefônico e telemático dele. Um requerimento apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) também garantiu à Comissão acesso a dados fiscais do empresário, desde 2018.
Depoimento tumultuado
O depoimento do empresário Luciano Hang à CPI da Covid nessa quarta-feira (29) foi marcado desde o início da sessão por uma série de ataques e interrupções de senadores de oposição durante as respostas do dono das Lojas Havan. Hang também foi convocado por suspeitas de envolvimento em financiamento de disparo de fake news, assim como suspeitas de integrar o chamado “gabinete paralelo”, composto de pessoas que não fazem parte do governo, mas assessoravam o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com informações negacionistas no âmbito da pandemia.
Em seu depoimento, o empresário Luciano Hang confirmou ter duas ou três contas no exterior, todas declaradas na Receita Federal, e que tem offshores declaradas em paraísos fiscais. “Nunca financiei nenhum esquema de fake news e não sou negacionista. Sou apenas um brasileiro que sonha viver num país melhor”, afirmou Hang.
Perguntado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) se já pagou propaganda para ajudar a monetização de sites, o empresário alegou que a Havan investe R$ 250 milhões por ano em propaganda. “E quando você compra no Google, ele coloca a propaganda onde ele quiser”.