Caixa e BB recuam e decidem permanecer na Febraban

Federação tentou se afastar da decisão da Fiesp, que decidiu adiar publicação de manifesto conjunto, tido como crítico ao governo

Foto: Agência Brasil

Em meio à polêmica em torno do manifesto “A Praça é dos Três Poderes”, encabeçado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e que gerou forte reação em Brasília, a Caixa Econômica Federal e o BB (Banco do Brasil) recuaram e decidiram ficar na Febraban (Federação Brasileira dos Bancos).

Em nota, o presidente do BB, Fausto Ribeiro, afirmou que a instituição “não tem intenção de se desassociar da Federação e reafirma seu respeito pelos pares e sua admiração pela importante história construída pela Federação em seus mais de 50 anos de existência”. Já a Caixa Econômica Federal enviou posicionamento dizendo apenas que o “caso está encerrado e não tem mais nada a acrescentar”.

Na noite desta quinta-feira, a federação reafirmou o apoio ao manifesto, uma iniciativa de centenas de entidades, capitaneada pela federação industrial. Segundo a nota da Febraban, a adesão ao manifesto se deu, “desde o início, dentro de um contexto plurifederativo de entidades representativas do setor produtivo e cuja única finalidade é defender a harmonia do ambiente institucional no país”.

No fim de semana, a notícia de que o manifesto, interpretado como uma crítica ao governo, seria divulgado, fez com que representantes dos bancos públicos cogitassem deixar a Febraban. A divulgação do documento acabou sendo suspensa pela Fiesp, que é dirigida por Paulo Skaf, e assumiu a coordenação da coleta de assinaturas, responsabilizando-se pela publicação do manifesto, conforme e-mail dirigido a mais de 200 entidades no dia 27 de agosto.

“A Febraban considera que o conteúdo do manifesto, aprovado por sua governança própria, foi amplamente divulgado pela mídia do país, cumprindo sua finalidade”, diz a nota. “A Federação manifesta respeito pela opção do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que se posicionaram contrariamente à assinatura do manifesto.”

A Febraban afirma que, agora, “o assunto está encerrado” e que não ficará mais vinculada às decisões da Fiesp, que, “sem consultar as demais entidades, resolveu adiar sem data a publicação do manifesto”.

Na sequência, confirmou o apoio ao conteúdo do texto que aprovou, “já de amplo conhecimento público”. E finaliza afirmando que cumpriu, assim, “o seu papel ao se juntar aos demais setores produtivos do Brasil num pedido de equilíbrio e serenidade, elementos basilares de uma democracia sólida e vigorosa”.

Veja a nota dos bancos na íntegra
Banco do Brasil
“Após negociações respeitosas entre os membros da Febraban ocorridas nesta semana, e reconhecendo o esforço empreendido por todos na busca pelo diálogo e por soluções mediadas, como é tradição na Febraban, o Banco do Brasil esclarece que não tem intenção de se desassociar da Federação e reafirma seu respeito pelos pares e sua admiração pela importante história construída pela Federação em seus mais de 50 anos de existência.

“Chegamos a um entendimento que é fruto de discussões respeitosas entre as partes e que não inibe a livre expressão de qualquer membro da Federação. O comunicado da Febraban, por um lado, reafirmou sua convicção pelo conteúdo pacífico e equilibrado do manifesto e, por outro, acena ao BB e à CEF quando registra a desvinculação do movimento liderado pela FIESP, contribuindo para a solução do impasse”, disse Fausto Ribeiro, presidente do BB.

O BB também acredita que o episódio poderá, ao final, contribuir para reforçar mecanismos internos na Federação que favoreçam o diálogo e reforcem o papel da Febraban como importante agente de desenvolvimento do País.”

Caixa Econômica Federal
“A CAIXA informa que o caso está encerrado e não tem mais nada a acrescentar.”