Caso João Alberto: primeira noite de reconstituição termina sem fatos novos à investigação

Trabalhos mobilizam 12 policiais, auxiliados por indicações das testemunhas

Foto: Fabiano do Amaral/Correio do Povo

O efetivo da Polícia Civil e do Instituto-Geral de Perícias (IGP) permaneceu mobilizado até a madrugada desta quarta-feira (11) em razão da reconstituição da morte de João Alberto Silveira Freitas. Os agentes, acompanhados de oito testemunhas do caso, refizeram os últimos passos de Beto na noite em que ele foi espancado até a morte no estacionamento do supermercado Carrefour no bairro Passo d’Areia, em Porto Alegre.

Os trabalhos começaram no final da tarde, quando os investigadores fizeram uma nova rodada de depoimentos. Todos se dirigiram ao supermercado por volta das 23h30min. O local permaneceu isolado, tendo seu acesso restrito aos envolvidos na reprodução simulada dos fatos. As ruas de acesso ao supermercado foram bloqueadas pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).

A avaliação da Polícia Civil é de que os trabalhos, feitos a pedido da defesa do ex-PM temporário Giovane Gaspar da Silva, um dos seguranças que conteve e agrediu a vítima, não trouxeram nenhum fato novo. “A reconstituição irá resultar em um laudo, onde o perito irá analisar as versões relatadas, que, em média, é concluído em 30 dias, dependendo da complexidade do trabalho” afirma a delegada Roberta Bertoldo.

A reconstituição do crime é realizada por 12 policiais, auxiliados por indicações das testemunhas. João Alberto Silveira Freitas é representado por um policial civil e também por um boneco, nos momentos de violência. Para o advogado da viúva Milena Alves, o assistente de acusação Gustavo Nagelstein, “a reprodução é a tentativa de se trazer a cena mais fidedigna do que aconteceu. É uma prova bem importante”.

Já o advogado de Giovane, David Leal, defende que este é o momento mais tranquilo para a obtenção de provas técnicas. “Os peritos poderão avaliar com mais calma o que de fato aconteceu. O nosso cliente, de fato, não teve responsabilidade sobre a morte no sentido da causualidade. A causa da morte não foi necessariamente pelo ato dele. Desde o início a gente já sabe que ele agiu sempre tentando conter o vitimado”, ressalta.

Continuidade

A reconstituição do crime que vitimou João Alberto Silveira Freitas será retomada na quinta-feira, 13, com a participação dos seis réus citados no processo.