Ato pró-Bolsonaro pede impeachment de ministros do STF e gera aglomeração em Porto Alegre

Apoiadores do presidente se reuniram, nesta quarta-feira, no entorno do Parcão

Apoiadores do presidente se reuniram, nesta quarta-feira, no entorno do Parcão | Foto: Fabiano do Amaral

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro se concentraram, nesta quarta-feira, no cruzamento da avenida Goethe com a rua Mostardeiro, em Porto Alegre, para protestar contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Munido com bandeiras do Brasil, o grupo ocupou a ciclovia, onde exibia faixas com mensagens contra a atuação do STF e com pedidos pela destituição dos integrantes da Corte. No feriado de Tiradentes, os manifestantes saíram em caminhada pela avenida Goethe – que chegou a ficar bloqueada – e percorreram o entorno do Parcão.

Em referência a uma declaração de Bolsonaro no ano passado, que ameaçou demitir integrantes do governo e disse “não ter medo de usar a caneta”, os manifestantes – a maioria usando máscara de proteção – entoou gritos de “Eu autorizo”, sinalizando apoio a impeachment de integrantes do STF. Os apoiadores acusaram a Corte de “militância política”. A mobilização – que gerou aglomeração – se dá após o STF referendar na semana passada decisão liminar que determinou abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado.

Em meio ao protesto, os manifestantes penduraram um boneco de magistrado “enforcado” com a toga em uma árvore de um estabelecimento comercial. A Brigada Militar acompanhou a movimentação à distância.

Um dos organizadores do ato na Capital, o líder comunitário e eletrotécnico Marco Della Nina critica as últimas decisões do STF e cita a soltura do ex-presidente Lula como uma das ações de “politicagem” da Corte. “As pessoas fardadas de toga estão fazendo politicagem, fazendo a lei a favor deles”, acusou.

Ao afirmar que os ministros do STF vêm “atropelando” a constituição, Della Nina garante que o ato não é contra a instituição. “O STF não é justiça, mas o poder politico, querendo mandar mais que a Constituição e mais que o presidente”, avaliou.

Della Nina garante que o movimento é composto por “patriotas e brasileiros” que dividem a mesma pauta. “Não há políticos por trás nem financiamento de empresários”, completou.