Sete em cada dez pacientes em UTIs do RS estão com Covid-19

Superlotadas, redes pública e privada atendem a mais pacientes do que sua capacidade máxima prevista

As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) registraram mais um dia de aumento nas internações em todo o Rio Grande do Sul. As redes pública e privada não tinham mais vagas para pacientes em estado crítico neste domingo. Até o início da noite, as instituições particulares registravam superlotação de 136,2%, enquanto os hospitais que oferecem vagas através do Sistema Único de Saúde (SUS) operavam com capacidade máxima. Dos 3.454 pacientes em estado grave, 2.526 (73,1%) tinham diagnóstico para a Covid-19. A taxa de ocupação total era de 110,4%, o que representa 325 leitos a mais do que a capacidade máxima.

Na Capital, o crescimento das internações em UTIs dá a dimensão do avanço da doença nas últimas semanas. Com 1.155 pacientes em tratamento intensivo, a taxa de ocupação de leitos de UTI chegava a 116,2%. As internações relacionadas à Covid-19 somavam 879 casos, o equivalente a mais de 76% do total. Pelo menos 278 pacientes em estado grave aguardavam transferência para UTIs, dos quais 244 estavam em emergências hospitalares. Desse total, 227 tinham coronavírus e os outros 17 estavam internados por outras doenças. Nas Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs), outras 34 esperavam por vaga em UTIs.

Dos 18 hospitais monitorados pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), 14 operavam no limite ou acima da capacidade. Entre as instituições com maior sobrecarga estavam Moinhos de Vento (160,61%), Ernesto Dornelles (152,50%) e Fêmina (150%). Dos hospitais referência no tratamento da Covid, apenas o Conceição apresentava lotação abaixo da capacidade máxima, porém não muito: 98,82%.

Restrições na Santa Casa

Por conta da sobrecarga nas internações, a Santa Casa fechou ontem duas das suas três emergências: a emergência que atende através do SUS, localizada no Hospital Santa Clara, e a emergência Covid, localizada no Hospital Dom Vicente Scherer. Com a decisão, não estão sendo recebidos novos pacientes nestas áreas da Santa Casa.

A medida – adotada por tempo indeterminado – foi tomada por conta da capacidade assistencial estar próxima aos 300% de ocupação. Em nota, a Santa Casa informa que ambas as emergências já vinham atendendo com restrições.