As forças policiais dispersaram durante a madrugada deste domingo em Assunção, capital do Paraguai, um grupo de pessoas que se reuniu em frente à residência presidencial e tentou romper a barreira de segurança perimetral, em uma área onde está localizada a embaixada dos Estados Unidos. A ação fez parte dos protestos exigindo a renúncia do presidente do país Mário Abdo Benítez.
A Polícia Nacional, juntamente com a tropa de choque, respondeu com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo e fez pelo menos 12 detenções, segundo informações de porta-vozes das forças de segurança.
O grupo tinha ido à residência presidencial para exigir a renúncia do chefe de Estado após o fim de outra marcha maciça no centro da capital paraguaia.
Os manifestantes denunciam a falta de medicamentos nos hospitais e a forma como o governo lidou com a pandemia.
O grupo que tentou se aproximar de Mburuvicha Roga, o nome da residência oficial, havia exigido um encontro com o ministro do Interior, Arnaldo Giuzzio. No entanto, como não foram atendidos, eles tentaram romper a barreira do perímetro, relatou à imprensa dos integrantes dos protestos.
Segundo a polícia, os manifestantes atiraram pedras e fogos de artifício nas proximidades da residência, e depois recuaram devido à intervenção das forças de segurança.
A autoridade policial informou que depois disso a situação ficou calma, as cercas foram reforçadas e o tráfego foi cortado nas vias adjacentes.
Ontem, o presidente do Paraguai, Abdo Benítez, anunciou em um pronunciamento em cadeia nacional a substituição de quatro ministros, incluindo saúde e educação. Ele disse ter adotado as medidas “em prol da pacificação”.
Protestos são motivados por problemas na área da saúde
As ações começaram no início desta semana com protestos de enfermeiras e parentes de pacientes com covid-19, que denunciaram a falta de suprimentos na rede de saúde pública.
Na última sexta-feira, uma marcha em frente ao prédio do Congresso foi reprimida pela polícia e seguida por confrontos que deixaram cerca de 20 pessoas feridas.
Na mesma data, o então ministro da Saúde, Julio Mazzoleni, renunciou, o que não impediu novas manifestações.