O Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul (CRFRS) acionou, nesta sexta-feira, o Ministério Público do Estado (MP-RS) após a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Porto Alegre suspender a vacinação de profissionais autônomos de Saúde. É a segunda vez, desde que teve início a imunização na capital, que a entidade entra com uma ação por conta de mudanças no calendário.
“Não fomos consultados sobre a suspensão da vacinação no dia de hoje, assim como não fomos procurados para colaborar nesta organização. Nos prontificamos em diversas oportunidades”, alegou a presidente da entidade, Silvana de Vargas Furquim. “Nos vemos forçados a novamente buscar o Ministério Público com nova representação para intervir nesse processo de organização”, disse, ao frisar que o conselho não chegou a ser convidado às reuniões do Paço Municipal.
O conselho alega, ainda, que a ordem de suspensão chegou a poucas horas do prazo, surpreendendo pessoas que hoje foram aos locais de vacinação. A SMS, no entanto, alega que a suspensão se deu devido “à intensa procura por informações de várias categorias de profissionais de saúde desde o anúncio do início da vacinação deste segmento”. Pela manhã, o prefeito Sebastião Melo pediu desculpas aos trabalhadores de saúde.
A SMS reservou 5 mil doses para todas as categorias autônomas da saúde. De acordo com o conselho, porém, há 3.356 farmacêuticos aptos a receberem a vacina.
A Secretaria destacou que as doses continuarão reservadas até que um novo modelo “mais apropriado e seguro” seja definido.
No Centro de Saúde Modelo, uma fila com mais de 70 pessoas (dentistas, fisioterapeutas e fonoaudiólogos) se formou por volta das 6h. O fisioterapeuta Marcelo Oliveira considerou o adiamento da imunização uma falta de respeito com todos os profissionais da saúde. Mesma situação ocorreu no Postão do IAPI, causando revolta.
A presidente do Conselho teme o impacto da alta taxa de transmissibilidade do coronavírus em um momento em que farmacêuticos fazem, diretamente, a realização de testes: “Estamos entrando em bandeira preta e, mesmo assim, as farmácias continuarão abertas e os farmacêuticos atendendo os pacientes.”
Com a palavra, a Secretaria Municipal de Saúde
Sobre a notificação ao Ministério Público, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) comunicou que está aguardando uma notificação oficial para se manifestar. A pasta ainda informou que os assuntos referentes à organização do calendário de vacinação desta categoria “estão em discussão interna”.