Justiça decreta prisão preventiva de Belo e mais três pessoas

Detenção ocorreu quatro dias após cantor realizar show com aglomeração em escola no complexo da Maré, zona Norte da capital fluminense

Foto: Reprodução/Wikipedia

O Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) decretou a prisão do cantor Belo por infração de medida sanitária preventiva após a realização de um show no último sábado em um Ciep no complexo da Maré, na zona Norte do Rio. Segundo o delegado Gustavo de Mello de Castro, da Delegacia de Combate às Drogas (DCod), o cantor, preso na tarde desta quarta-feira, vai responder por quatro crimes: infração de medida sanitária, crime de epidemia, invasão de prédio público e associação criminosa.

Também foram decretadas as prisões de dois sócios da produtora responsável pela realização do evento e do chefe do tráfico de drogas na comunidade Parque União, que está foragido.

A decisão é da juíza plantonista Angelica dos Santos Costa. De acordo com a magistrada, a prisão é necessária para “garantir a ordem pública” e “evitar outros eventos desta natureza em plena pandemia”. Além disso, a juíza ressaltou que, em liberdade, “os acusados podem causar dificuldades às investigações em curso”, como influenciar testemunhas que ainda vão prestar depoimento.

A denúncia afirma que o evento ocorreu sem autorização do Estado e por ordem do tráfico que domina a região. O show se estendeu até a manhã de domingo (14) e reuniu centenas de pessoas no pátio da escola.

Após terminar de prestar depoimento na Cidade da Polícia, zona Norte da capital fluminense, Belo seguiu para a Polinter (Serviço de Polícia Interestadual), ingressando no sistema prisional.

No início da noite, a assessoria de imprensa do artista publicou uma nota oficial contestando a prisão. Além disso, a equipe do cantor afirmou que ele havia sido “contratado para show referido, com toda documentação de acordo com a lei. Tendo contrato, nota fiscal e garantia de todos os protocolos de segurança pela empresa que o contratou.”

Entretanto, de acordo com o texto, a defesa não teve tido chance de apresentar as informações. “Estamos documentados e com todos os respaldos pertinentes a esse evento. Infelizmente, o Brasil é um país onde a justiça funciona somente para alguns. Sequer deram o direto da nossa parte apresentar algum documento que justificasse o trabalho, pediram a prisão preventiva direto”, completou.