O ex-marido da juíza do TJ-RJ Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, que matou a magistrada a facadas na frente das três filhas, deixou em silêncio a delegacia de homicídios na manhã desta sexta-feira (25). Paulo José Arronenzi apenas informou que só vai se pronunciar em juízo. Ele responde por feminicídio.
O crime aconteceu na quinta-feira, véspera de Natal. A vítima já havia feito registro de lesão corporal e ameaça contra o autor do crime em setembro passado. Após o pedido de medida protetiva, ela chegou a receber escolta da polícia, mas, meses depois, pediu que fosse retirada.
Na tarde de quinta, ela saiu de Niterói, onde morava, para deixar as três filhas com o pai na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, e foi morta por ele no meio da rua. O crime aconteceu na avenida Rachel de Queiroz, na altura do número 380. O local fica próximo a um posto da guarda municipal.
Apontado por testemunhas como autor do crime, Paulo Arronenzi foi preso pelos guardas municipais sem mostrar resistência. Policiais do 31º Batalhão da Polícia Militar, do Recreio dos Bandeirantes, e agentes do Corpo de Bombeiros também foram acionados, mas já encontraram Viviane morta no local do crime.
A Delegacia de Homicídios investiga as circunstâncias do assassinato. Paulo Arronenzi chegou a ser levado pelos guardas municipais à delegacia, na Barra, mas precisou ser socorrido no Hospital Municipal Lourenço Jorge por causa de um corte na mão. O acusado foi atendido e liberado pelos médicos, sendo reconduzido por policiais militares à delegacia. A faca utilizada no crime não foi encontrada.
Manifestação de pesar
O Tribunal de Justiça e o Ministério Público do Rio de Janeiro lamentaram o assassinato. “O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro lamenta profundamente a morte da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, vítima de feminicídio na Barra da Tijuca nesta quinta-feira (24/12)”, divulgou o tribunal.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) também publicou uma nota de pesar pela morte de Viviane. O órgão lembra que a juíza integrava a Magistratura do Estado do Rio de Janeiro havia 15 anos, com passagem pela 16ª Vara de Fazenda Pública, e atuava atualmente na 24ª Vara Cível da Capital. “O MPRJ, por meio da Promotoria de Justiça com atribuição, irá acompanhar a investigação deste bárbaro crime e repudia o feminicídio”, disse o órgão. O ´ltimo trabalho de Viviane foi na 24ª Vara Cível da Capital.
A Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) emitiram também nota de pesar afirmando que o assassinato da juíza não ficará impune. “Nesta Nota Oficial conjunta, as entidades representativas dos magistrados fluminenses e brasileiros se solidarizam com os parentes e amigos da pranteada magistrada. Este crime bárbaro não ficará impune, asseguramos”, publicaram as entidades.