O Ministério da Saúde incluiu a CoronaVac, imunizante produzido pela farmacêutica chinesa Sinovac e pelo Instituto Butantan, no plano nacional de imunização enviado pelo ministro Eduardo Pazuello ao STF (Supremo Tribunal Federal) na sexta-feira (11).
O imunizante aparece descrito como uma das diferentes vacinas em estudos na fase três, com previsão de aquisição pelo Ministério da Saúde. A compra da Coronavac foi objeto de tensão entre o governo de São Paulo e o governo federal.
Na terça-feira (8), o governador João Doria participou de uma reunião entre governadores e o ministro da saúde para cobrar a elaboração do plano nacional de imunização ao Planalto e pediu que o chefe da pasta deixe “de lado questões políticas e ideológicas quando o assunto é salvar vidas.”
Doria usou as redes sociais para comentar o encontro. “Participei há pouco de reunião com o Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e Governadores para tratar sobre o Plano Nacional de Imunização. Ressaltei a importância de deixar de lado questões políticas e ideológicas quando o assunto é salvar vidas”, escreveu Doria.
Precisamos de todas as vacinas para salvar vidas no Brasil. Esperamos que o Ministério da Saúde e a Anvisa tenham senso de urgência e possam agilizar medidas, sem abandonar critérios científicos, para iniciar imediatamente a vacinação dos brasileiros. pic.twitter.com/OhBEFTd8YO
— João Doria (@jdoriajr) December 8, 2020
“O seu ministério vai comprar a CoronaVac se for aprovada, sim ou não? O que difere a condição e a sugestão de privilegiar duas vacinas em detrimento de duas vacinas? É uma razão ideológica, política?” Pazuello respondeu que a pasta acompanha desenvolvimento de nove vacinas e negou viés político na corrida pelo imunizante contra a covid-19.
Pelas redes sociais Doria disse que outros governadores que participavam da reunião também questionaram o motivo pelo qual a Coronavac não estaria incluída no Plano Nacional de Vacinação. “Precisamos salvar vidas no Brasil”, declarou no Twitter.
Plano nacional para imunizaçaõ contra Covid-19:
Entre as diretrizes abordadas pelo documento, estão temas como a situação epidemiológica e a definição da população-alvo para vacinação, vacinas covid-19, farmacovigilância, sistemas de informações, operacionalização para vacinação, monitoramento, supervisão e avaliação.
Além disso, o plano elaborado pelo governo prevê ainda orçamento para operacionalização da vacinação, estudos pós-marketing, comunicação e encerramento da campanha de vacinação.
De acordo com o governo, o plano foi elaborado em consonância com as orientações globais da Organização Pan-Americana da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) e tem como objetivo estabelecer as ações e estratégias para a operacionalização da vacinação contra a covid-19 no Brasil.
Dados apresentados no relatório apontam que, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 40% das pessoas têm a forma leve ou moderada da doença. Porém, aproximadamente 15% desenvolve a doença de forma severa com necessidade do suporte de oxigênio. Segundo os dados citados, 5% da população é afetada de forma crítica pela covid-19 e pode desenvolver complicações respiratórias, sistêmicas como trombose, entre outras.
Para conseguir atingir o objetivo de interrupção de transmissão da doença sem
colapso dos serviços de saúde, o plano nacional de imunização estima que haveria a necessidade de adoção de medidas de distanciamento social com duração de um a dois anos, resultando em impacto econômico e social para o país.