O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, considerou nesta segunda-feira que a situação da pandemia de Covid-19 no Brasil é “muito, muito preocupante”. A declaração ocorreu em uma entrevista coletiva em Genebra.
“Acho que o Brasil deveria levar isso muito, muito a sério. É muito, muito preocupante”, alertou, sobre a evolução do coronavírus no país sul-americano. A pandemia causou até agora quase 173 mil mortes.
Houve um aumento “significativo” nas mortes entre 2 e 26 de novembro, avaliou. Os casos haviam atingido o pico em julho e passado a cair. Em 2 de novembro, a tendência começou a ser revertida, segundo o diretor.
Há boas notícias, no entanto, como a primeira queda no número semanal de casos registrados globalmente desde setembro, ocorrida na última semana, apontou.
Uma preocupação demonstrada pela OMS durante a coletiva foi com a demanda por trabalhadores de saúde, que vem aumentando em grande parte dos países.
Para o diretor-executivo da OMS, Michael Ryan, esses funcionários fizeram um trabalho “fantástico” durante primeiro pico da doença. “Mas é difícil ser herói quando ninguém está olhando”, completou.
Segundo Ryan, o Brasil e outras nações da região não conseguiram tornar o número de casos baixos, e é difícil lidar com zonas densamente urbanizadas como há no País. Perguntado sobre as ações de governantes, afirmou que “todos em condição de influenciar as pessoas devem ter comportamentos adequados”, em referência ao uso de máscaras, mas também sobre outras medidas de prevenção.
Sobre a vacina, a OMS ressaltou que a iniciativa Covax, que já conta com 187 países, é a melhor opção para uma distribuição global justa. De acordo com a entidade, seguem faltando US$ 5 bilhões em 2021 para conseguir garantir a entrega dos imunizantes antes do fim do ano que vem.
“Alguns politizaram a origem do vírus”, afirmou Tedros, “mas esta é uma questão técnica, nossa posição é clara, vai se basear em ciência”, argumentou o diretor, indicando que um grupo de estudos mantém as investigações. As informações foram publicadas pelas Agências Estado (AE) e France Presse (AFP).