O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, avaliou, hoje, que a forma da propagação dos casos de Covid-19 no Brasil indica um acerto nas medidas de distanciamento social e quarentena, tomadas pelos governadores.
“A gente está conseguindo ficar com curva menos íngreme. Está valendo a pena manter dinâmica de isolamento. Estamos ajudando para ter uma condição para atravessar período difícil”, comentou.
Sobre os impactos na economia, ele acrescentou que o governo vem promovendo iniciativas que criaram um “colchão de proteção” e que a abertura das atividades deve ser avaliada a partir da análise do desenvolvimento da pandemia no país.
“A gente consegue ir compatibilizando: estados em que podemos andar mais, e [lugares] onde vamos ter que segurar mais. Vamos ter que ir regulando. Se na Saúde a gente achar que está passando muito, vamos ter que segurar. Vamos fazer todo o possível para dar equilíbrio entre saúde e economia”, observou.
Leitos e insumos: dificuldade com fornecedores
O ministro informou ter assinado hoje uma portaria destinando recursos para o atendimento exclusivo de pacientes com Covid-19. Entre as medidas de reforço, o pagamento de despesas com pacientes e o aumento do valor diário das Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) custeadas pelo Executivo.
Os representantes do ministério da Saúde anunciaram a criação de um site no qual serão publicados os insumos repassados aos estados, bem como os recursos disponibilizados para leitos de UTIs.
De acordo com o site, em todo o Brasil há 30.623 leitos de UTI para adultos, enquanto outros 170 foram locados pelo Ministério. Em relação aos equipamentos de proteção, o Executivo repassou aos estados 24 milhões de luvas, 14,2 milhões de máscaras cirúrgicas e 742 mil aventais. Também foram encaminhados cerca de 500 mil testes rápidos, de um total que deve chegar a 5 milhões, ainda em abril.
Sobre a compra de materiais, Mandetta informou que foram adquiridos oito mil respiradores (utilizados em UTIs), que devem chegar em até um mês. Já sobre os equipamentos de proteção individual (EPIs), foram adquiridas 200 milhões de unidades. Contudo, o ministro vem alertando que diante de dificuldades com os fornecedores, a concretização das compras só vai se dar no momento em que os produtos chegarem, de fato, ao país.
Máscaras feitas em casa
Mandetta defendeu a prioridade das máscaras médicas de proteção para os profissionais de saúde. Para a população, recomendou a produção ou aquisição de máscaras de pano, que servem como “barreira física”. Para isso, elas devem ser utilizadas somente por uma pessoa, que também deve ser a responsável por lavá-la.
O indicado é que esses objetos tenham duas camadas de pano, ou sejam dupla face. Podem ser usadas como matéria-prima algodão, tricoline, TNT e tecidos similares. A lavagem deve ser feita com água e sabão ou água sanitária.
Vacinação
O ministro informou, ainda, que a segunda fase da campanha de vacinação contra a gripe, com início previsto para o dia 16 de abril, vai incluir profissionais de segurança, caminhoneiros, trabalhadores em portos e motoristas de transporte coletivo.
Os professores, que eram originalmente contemplados nessa etapa, vão participar em momento posterior, já que as aulas foram suspensas em função da pandemia de Covid-19.
Até hoje, 15,6 milhões de pessoas se imunizaram.