A Prefeitura de Porto Alegre irá ampliar as ações para conter a disseminação do coronavírus na cidade. Com o intuito de evitar a aglomeração de pessoas, um decreto deve ser assinado pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior nesta terça-feira. O documento irá determinar o fechamento de estabelecimentos como bares, restaurantes, teatros, cinemas, academias e templos religiosos. Na segunda-feira, o Paço Municipal já havia anunciado a suspensão das aulas na rede pública.
A manifestação do prefeito foi realizada ao vivo pela Rádio Guaíba no programa Direto ao Ponto. Confira os principais trechos ou ouça a entrevista na íntegra:
O chefe do Executivo municipal reconhece que as medidas são drásticas, mas ressalta a necessidade da restrição de atividades públicas previstas pelo decreto. Quem não cumprir as ordens, poderá ser punido. “Nós vamos determinar que todos os cinemas fechem, que todos os teatros fechem, que todos os eventos parecidos com bingos e bailinhos fechem, que todos os cultos de todas as religiões fechem, assim como nós determinamos que todas as escolas fechem”, sustentou o prefeito. “Os que não fecharem serão interditados e sofrerão as consequências administrativas, cíveis e criminais, se possível. É uma determinação, não é uma recomendação”, alertou Marchezan.
Marchezan afirmou que farmácias e supermercados deverão permanecer abertos. “As pessoas estarão em isolamento, mas estarão vivendo”, citou. “Elas vão precisar se alimentar, vão precisar de remédios. Então nós vamos conversar para apoiarmos esses setores para que eles continuem fornecendo o máximo para a qualidade de vida dos porto-alegrenses neste período”, observou o prefeito.
O prefeito disse ter recebido a compreensão dos mais diversos setores da sociedade para parar as atividades públicas. “Temos recebido apoio integral de todos os setores para que isso aconteça de força assertiva, de forma radical, para que a gente possa superar este momento com menos perdas de vidas”, seguiu Marchezan.
No transporte público, Nelson Marchezan Júnior afirmou que a suspensão das aulas retira parte dos passageiros de ônibus de circulação. O prefeito aproveitou para defender a aprovação do pacote que altera a política de preços dos coletivos, dizendo que o sistema corre risco de quebrar durante a crise. “Nós teremos a paralisação talvez de algumas empresas que fazem o transporte coletivo, que é o transporte dos mais pobres. Neste momento, deixar os mais pobres sem mobilidade seria um crime”, afirmou.
Por fim, o prefeito falou na necessidade de posturas solidarias por parte da população. “Porto Alegre é uma cidade solidária e isso não será negado aos que mais precisam”, finalizou.