Bolsonaro recua e deve sancionar fundo eleitoral de R$ 2 bilhões

Segundo o presidente, vetar o texto pode render um processo de impeachment no Congresso

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Foto: Marcos Corrêa / PR / CP

Após dizer que pretendia vetar o fundo eleitoral de R$ 2 bilhões, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quinta-feira, que um parecer jurídico preliminar do governo recomenda que a medida seja sancionada. O Congresso aprovou na terça-feira o Orçamento com os R$ 2 bilhões propostos pelo próprio governo para o fundo e o texto segue agora para sanção presidencial.

“Estou aguardando um parecer final da minha assessoria jurídica, mas o preliminar é que eu tenho que sancionar”, disse o presidente durante a live semanal no Facebook. Segundo ele, a opção pelo veto impunha o risco de sofrer um um processo de impeachment no Congresso Nacional.

“São crimes de responsabilidade os atos do presidente da República que atentem contra a Constituição Federal, em especial contra o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais. O Congresso pode entender que eu, ao vetar, estou atentando contra esse dispositivo constitucional e instaurar um processo de impeachment contra mim”, argumentou.

O presidente ressaltou que discorda do uso de recursos públicos para financiar campanhas e que só incluiu no projeto de lei orçamentária o valor de R$ 2 bilhões porque a legislação exige que o Poder Executivo aponte uma previsão.

Criado em 2017, em decorrência da proibição de empresas fazerem doações para campanhas políticas, o fundo prevê o uso de dinheiro público para esse fim. Inicialmente, o relator do orçamento no Congresso, deputado Domingos Neto (PSD-CE), chegou a defender um valor de R$ 3,8 bilhões, mas voltou atrás e manteve o valor original previsto na peça orçamentária.

Caged

Durante a live, o presidente também comemorou o resultado da geração de empregos em novembro, divulgado hoje pelo Ministério da Economia. Ao todo, foram criados 99.232 postos formais de trabalho, o oitavo mês seguido de crescimento. Com isso, a criação de empregos totaliza 948.344 de janeiro a novembro, 10,5% a mais que no mesmo período do ano passado.

“Com toda certeza, como falta o mês de dezembro aí, nós devemos bater um milhão de novos empregos no Brasil. (…) Ainda vamos continuar com quase 12 milhões de desempregados, mas recuperamos quase 10% das vagas”, disse Bolsonaro.