Em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira, o Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul (Sindipetro/RS) confirmou que a greve da categoria, iniciada hoje, ocorre até sexta-feira em protesto contra a demissão e transferência de trabalhadores. O movimento ocorre mesmo após a Petrobras obter uma liminar contra a paralisação, que estabelece multa de R$ 2 milhões em caso de contrariedade à decisão. A mobilização na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, teve adesão de 85% dos funcionários da estatal.
A greve, anunciada na sexta-feira pelos sindicatos ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP), promete não afetar o abastecimento, conforme prevê a legislação. “O objetivo é chamar a atenção da população e das autoridades sobre os impactos que vai gerar no Estado a saída da Petrobras”, comentou o presidente do Sindipetro, Darcy Beck Filho.
O Sindipetro é contrário ao processo de privatização da Refap. Conforme considerações apontadas em carta aberta ao governador Eduardo Leite, encaminhada após a coletiva de imprensa, os petroleiros advertem que a venda da Refap vai afetar a economia, gerando caixa no curto prazo, mas fazendo a Petrobrás perder receita nas etapas seguintes.
O Sindicato expôs, ainda em carta aberta, entender que o “Governo do Estado do Rio Grande do Sul, na defesa do interesse do povo gaúcho, dos empregos, dos investimentos e, principalmente das contas públicas, deve intervir no processo de privatização da Refap, dutos e terminais, a fim de preservar (a refinaria) sob a administração da Petrobras. Com o objetivo de criar, sim, uma competição de mercado, deve cobrar do Governo Federal que ao invés de promover o desmonte da Petrobras, proponha investimentos em novas empresas na área de refino, inclusive com o fomento da economia estimulado via
BNDES”.
Atos de greve
Hoje à tarde, trabalhadores da Refap fazem um ato na Praça da Matriz, de Canoas. Na próxima sexta-feira, outra mobilização está prevista, pela manhã, desta vez em frente à Refinaria.
FNP
A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) não participa da paralisação iniciada hoje. Segundo o secretário de Comunicação da entidade e presidente do Sindicato dos Petroleiros de São José dos Campos e região, Rafael Prado, a paralisação não foi articulada entre a FUP e a FNP.
Para o sindicalista, a definição de uma greve, agora, precisa de uma mobilização nacional e o melhor momento para isso foi em outubro, durante as discussões do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da categoria.
“A gente entende que, após o fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho, é hora de reunificar a categoria para que a gente construa uma verdadeira e necessária greve petroleira contra a privatização do sistema Petrobras”, disse.
Petrobras
A Petrobras informou que ainda não concluiu uma análise sobre os efeitos da paralisação. “A Companhia está avaliando os possíveis impactos do movimento”, informou.