O governador Eduardo Leite foi alvo, no final da manhã desta quarta-feira, de uma manifestação contra o pacote de reforma administrativa proposto pelo Piratini. Um grupo de professores em greve despejou uma caixa de leite na entrada da sede da Federasul, no Centro de Porto Alegre. Servidores vinculados ao CPERS estenderam cartazes contra o chefe do Executivo. “Leite mente” e “Dinheiro tem”, diziam algumas das faixas. Outras apontavam contra a sonegação de impostos.
O governador é recebido pela entidade em uma reunião-almoço promovida por empresários. No encontro, Leite apresenta detalhes dos projetos de lei que reestruturam o plano de carreira e a previdência de funcionários públicos.
Os professores compõem uma das categorias mais atingidas pelas mudanças previstas. O magistério está em greve desde segunda-feira, protestando contra a perda de direitos, como as vantagens temporais. O governo, por sua vez, justifica que poderá pagar o piso salarial da categoria caso o pacote seja aprovado pela Assembleia Legislativa.
Leite falou sobre o aporte de R$ 270 milhões ao longo dos próximos três anos para a categoria do magistério. Os recursos poderão ser arrecadados a partir de medidas que estão incluídas nas propostas e versam sobre abono familiar e o não estorno do vale-alimentação.
“Só neste governo, ao longo dos próximos três anos, teremos R$ 270 milhões em aporte para a categoria do magistério. Também há uma medida demandada pelo Cpers, que é deixar de estornar o vale-alimentação para os professores”, disse Leite. Segundo o secretário estadual da Fazenda, Marco Aurelio Santos Cardoso, as medidas citadas pelo goverador poderão gerar R$ 915 milhões em 10 anos.
Leite comentou ainda que o atual plano de carreira representa um entrave para os ganhos dos professores, justamente em função do efeito cascata. “É preciso aportar muito para representar pouco aos professores”, complementou. O governador ainda fez um pedido à categoria, para que mantenham as atividades e participem das discussões dos projetos.
Com informações de Mauren Xavier e Alina Souza, do Correio do Povo