Moradores da Bom Jesus fazem ato contra ação de despejo movida pela Prefeitura

Moradores dizem que área onde fica a vila vai ser destinada à construção de uma praça

Foto: Ananda Müller/Rádio Guaíba

Moradores da Vila Mato Sampaio, no bairro Bom Jesus, denunciaram estar sendo alvos de uma ação de despejo movida pela Prefeitura sem opções para realocação. Na tarde de hoje, um grupo de aproximadamente 30 pessoas esteve na Câmara de Vereadores para cobrar providências do poder público. Os manifestantes dizem que a comunidade existe há 30 anos no local, que passou a ser visado pela especulação imobiliária.

O grupo sustenta que a área onde fica a vila vai ser destinada à construção de uma praça, negociada com a Prefeitura como contrapartida de um condomínio erguido na região. As famílias – cerca de 80, segundo os representantes da comunidade, garantem que não foram consultados sobre o projeto. Solon Bairros Weachter Jr, um dos líderes da comunidade, espera uma intervenção da Prefeitura: “não nos ofereceram nada, só o caminhão pra tirar nossas coisas, nós esperamos que nosso prefeito Marchezan tenha compaixão da nossa situação”, disse.

Um abaixo-assinado foi criado com o objetivo de mobilizar o poder público contra a ação de despejo. Para o vereador Marcelo Sgarbossa (PT), que recebeu o grupo na Câmara, a Prefeitura precisa dar respostas à comunidade.

O que disse a Prefeitura

A Secretaria de Desenvolvimento Social e Esportes afirmou que os moradores da vila Mato Sampaio tiveram a permanência no espaço assegurada, e que a ação de despejo visa uma área invadida recentemente, há cerca de um ano. Conforme a Pasta, um grupo menor vem “usando a Mato Sampaio como desculpa” após invadir uma área próxima a condomínios da região. Nesse caso, ao contrário dos moradores que vivem na região há décadas, a Prefeitura deixa claro que não vai liberar benefícios, como aluguel social.

Além disso, garantiu que a Justiça deu ganho de causa à Prefeitura pelo fato de a região invadida fazer parte do Plano Diretor da Capital. Como não foi feita citação ao Departamento de Habitação, o executivo sustenta não ter responsabilidade de realocação ou custeio nesse caso. Ainda assim, sugere que os moradores se reorganizem em uma cooperativa habitacional e busquem uma área vazia na região para residir.

A ação de reintegração de posse é prevista para terça-feira, dia 10, às 5h.