O Ministério Público apresentou, nesta terça-feira, uma denúncia contra o policial militar Ângelo Copolla Junior pelo homicídio duplamente qualificado de Lucas Soares Silva, ocorrido em 24 de março do ano passado, no Condomínio Princesa Isabel, na zona Leste de Porto Alegre. Conforme o MP, Silva não teve direito de defesa, já que o policial atirou após ele ter sido rendido, desarmado e deitado no chão.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, o crime teve motivo torpe, já que, contrariando a atribuição de defesa da lei e da ordem, própria da função de policial, Copolla deu vazão a um “sentimento pessoal de ódio” ao presumir o envolvimento da vítima com a criminalidade. Até então, não havia provas de que ele havia participado do assalto à fruteira.
Relembre o caso
Pouco antes das 19h de 24 de março do ano passado, quatro homens entraram em uma fruteira, ameaçaram proprietários e funcionários usando um revólver e levaram dinheiro, pacotes de cigarros, fardos de cerveja, caixas de chocolates, documentos e dois celulares. O sinal de rastreamento do GPS de um dos celulares foi difundido via rádio pela Brigada Militar e a unidade do PM denunciado se deslocou para o interior do Condomínio Princesa Isabel.
No local, Copolla ficou junto à viatura, do lado de fora, enquanto os outros três ingressaram no condomínio. Ele, então, viu Silva correndo e mandou o suspeito parar e se render. Silva obedeceu à ordem e deitou-se no chão. O MP concluiu que, mesmo depois de se certificar que o jovem havia sido imobilizado, Copolla atirou cinco vezes, com uma submetralhadora.
Testemunhas relataram, ainda conforme a denúncia, que o PM disse, após os disparos, que Silva “era um vagabundo”. A vítima chegou a ser removida para o HPS, mas não resistiu.
Denúncia por roubo
O MP também apresentou denúncia contra Maycon Araújo Nunes e Yuri Beckstein da Silva pelo crime de roubo majorado, praticado junto com Lucas Soares Silva contra a fruteira, localizada no bairro Santana, em Porto Alegre.
Na ocasião, os denunciados entraram no estabelecimento e, empunhando armas de fogo, anunciaram o assalto. Os três exigiram dinheiro, bens pessoais dos clientes e mercadorias do local, fugindo em seguida.