RJ: confissão não define investigação de morte de pastor, revela delegada

Filhos assumiram autoria de crime, mas motivação ainda não se esclareceu

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A delegada titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, Barbara Lomba, disse hoje que a confissão dos filhos do pastor Anderson do Carmo Souza, assassinado no domingo passado, não é uma prova definitiva para a investigação. A motivação do crime, por exemplo, ainda segue indefinida, e as informações obtidas em depoimentos devem ser confirmadas com laudos periciais e outras provas materiais, esclareceu.

Flávio dos Santos Rodrigues e Lucas Cezar dos Santos Souza tiveram prisão decretada ontem pela Justiça do Rio. Segundo a delegada, Flávio confessou ter atirado no pastor, que é marido da deputada federal e cantora gospel Flordelis (PSD), que relata não ter presenciado o crime. Lucas admitiu ter ajudado a obter a arma.

“Ele [Flávio] assumiu ter atirado, mas a confissão não vai definir [o resultado da investigação], e há ainda que se esclarecer como foi essa execução. A narrativa não define. A motivação, por exemplo, não está definida”, disse a delegada, em uma entrevista coletiva à imprensa na porta da delegacia. “Temos muito trabalho a fazer ainda”.

Barbara evitou revelar mais detalhes dos depoimentos já colhidos e disse que mais pessoas vão precisar depor. A delegada ponderou que é preciso entender ainda o envolvimento afetivo e os interesses por trás do crime. “Relatos, sobretudo de pessoas que estão ali envolvidas afetivamente e que nós ainda não esclarecemos interesses que podem estar envolvidos, não vão definir investigação”.

Celular desaparecido
O inquérito já permitiu concluir que o pastor chegou em casa, trocou de roupa e voltou ao carro. Os disparos ocorreram na garagem. Foram encontrados nove estojos de munição de pistola 9 mm e uma arma de mesmo tipo, que ainda precisa ser confirmada pela perícia como a arma do crime. O celular da vítima desapareceu, assim como o telefone do filho que confessou ter atirado no pastor.

“O celular da vítima não foi encontrado até hoje. No primeiro minuto, uma das primeiras medidas foi tentar reaver esse celular. Lá, haveria informações importantíssimas”, disse.

A polícia ainda não confirmou quantos tiros atingiram o pastor. Foram encontradas 30 perfurações pelo corpo dele, mas a perícia ainda precisa confirmar quantas são de entrada e quantas são de saída dos projéteis. “Não podemos afirmar que houve nove tiros”.

A polícia cumpriu mandados de busca e apreensão na casa e encontrou um pequeno incêndio, com papeis sendo queimados e, segundo a delegada, a perícia trabalha para recuperar essas informações.