O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, disse hoje que a demissão do presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Marcus Vinicius Rodrigues, decorreu de uma “puxada de tapete”. De acordo com Vélez, Rodrigues assinou uma portaria adiando a avaliação da alfabetização, prevista para 2019 pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
“Essa demissão foi porque o diretor-presidente do Inep puxou o tapete. Ele mudou de forma abrupta o entendimento pela preservação da Base Nacional Curricular, de forma a fazer as avaliações em comum acordo com as secretarias de educação estaduais e municipais ”, disse o ministro, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Diante da polêmica, Vélez anulou a portaria que havia adiado para 2021 a avaliação dos estudantes. Segundo ele, a medida exigia mais discussão em equipe e não podia ser adotada com base apenas em um parecer técnico – no caso, uma recomendação feita pelo secretário de Alfabetização do MEC, Carlos Nadalim.
As recentes mudanças no MEC, com exonerações de cargos de confiança, foram questionadas pelos parlamentares. “É inaceitável que país como o nosso, com problemas tão grandes na educação e com consenso de que educação é a solução para o país, o senhor tenha feito tantas demissões e exonerações em função de disputas [internas] de grupos políticos [no ministério]”, disse o líder da oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ).
Na abertura da audiência, o ministro disse que o Brasil caminha para ter os problemas que a Colômbia tinha há 30 anos, devido à associação do tráfico de drogas com a violência. “O Brasil está doente de uma droga chamada crack, presente em 98% dos municípios”, disse o ministro.
De acordo com ele, as escolas cívico-militares ajudarão a evitar problemas como esse e o ocorrido na Escola Professor Raul Brasil, no município paulista de Suzano, quando dois ex-alunos entraram na escola e atiraram contra estudantes e professores. O atentado resultou em oito mortos, mais os dois atiradores.